Pior que a infidelidade é o desamor.
Aquela indiferença que vai minando tudo,
fazendo com que o outro se encolha, perca o prumo, desista de encantar.
No começo tudo é compatível, afim. Com o
tempo, as afinidades vão desaparecendo e um abismo de diferenças se sobrepõe ao
casal. Então o gosto pelos clássicos era forjado? E a TV se tornou melhor que o
teatro, o cinema? A literatura mudou de gênero, até a culinária diversificou.
Já era tudo diferente, ou se tornou com o passar do tempo?
Pior que trair é ignorar. Não reparar mais
nos detalhes e relaxar, como se não houvesse mais motivo para tanto zelo.
Por onde andam os braços de polvo, cheios de
mãos abraçando, acariciando, protegendo? Os olhos nos olhos, o fungar no
pescoço, o namoro?
Pior que ser infiel é ser desinteressado.
Apático, mal-humorado, sorumbático. Porque o infiel, na mais das vezes,
desmancha-se em agrados e mimos, tentando compensar seus deslizes. Mas o
desinteressado não deve (ou acha que não) e não encontra motivos para encantar
ou encantar-se com um amor que já não sente.
O que mata o amor não é a traição, é o
desamor.
Um comentário:
QUE TEXTO CHEIO DE VERDADES. Teu conhecimento da psiquê humana está cada vez mais refinado. Parabéns, Elizabete
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