Na minha casa nunca faltou jornal.
Jornais diários, semanais, quinzenais, mensais, muitos jornais, tanto que a
empregada sempre trocava pilhas de jornais velhos por bananas no Depósito de Bananas
da esquina da praça e da minha casa.
Meu pai sempre escrevia à máquina suas
notícias para a Gazeta, para o Correio do Povo e suas palestras da Maçonaria.
Minha mãe era secretária do IEOA, exímia datilógrafa, ambos leitores vorazes.
Com quinze anos eu também passei a catar
milho na máquina do meu pai e a escrever poesias, textos curtos e opiniões
inflamadas, com os arroubos da juventude, para o jornal da minha cidade, então
o único.
E assim se passaram mais de quarenta
anos, sempre escrevendo e imortalizando minhas idéias nas páginas da nossa
Gazeta, que já teve tantas caras, tantos formatos, mas que se mantém na linha
que a consagrou, de um jornalismo sadio, respeitador, eterno como são os
clássicos, sem se afastar da linha que a mantém viva até hoje, por preservar as
características de uma cidade do interior, onde todos se conhecem e o
sensacionalismo teria um efeito catastrófico na sociedade.
Tenho muito orgulho de fazer parte
desta caminhada e de ter eternizado nossa parceria no meu primeiro livro de
crônicas que, não por acaso, se intitulou GAZETEANDO.
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