Há tempos escrevi um texto cujo título
era “Cada
macaco no seu galho”. E falava na intromissão, inútil e prejudicial,
dos povos nos costumes dos outros, gerando guerras, rivalidades, hostilidades,
desrespeito. Quando os outros países
eram alvo apenas do turismo, as encrencas eram menores. Agora, uns lunáticos
sonham em uniformizar costumes, religião, modo de vida de povos que foram desde
sempre separados.
Quando essa mistura ameaça afetar o
bolso, os povos deixam de brincar de “amiguinhos” e se apartam, se fecham,
hostilizam a concorrência. E cresce a xenofobia!
Skinheads, neonazistas, ou seja lá que nome
tenha, essas organizações só têm um objetivo: afastar o desigual, mandar de
volta para casa o imigrante, que ameaça sua raça, seus costumes e,
principalmente, seu emprego.
Tem muita gente apavorada com o fato
da Europa e dos Estados Unidos se fecharem cada vez mais. Japão e China também.
Gente que aqui tinha diploma, mas que se realizava por lá limpando banheiros,
ou entregando pizzas em inglês, agora volta de mãos vazias e bastante tempo
perdido no mercado de trabalho tupiniquim. Pensar que um país em recessão vá
abrigar estrangeiros em seus enxutos quadros de trabalho é, no mínimo, uma
utopia!
Não entendo o suficiente de economia
para vislumbrar soluções, ou agravamentos desta crise. Procuro ler a respeito e
encontrei uma descrição de um professor da Sorbonne que me deixou apreensiva.
Diz ele:
“Caos
bancário, estagnação econômica, tensões sociais, protecionismo, xenofobia. Em
escala desigual, estas etapas reproduzem os primeiros desdobramentos da crise
de 1929. Mas há ainda uma chance de consertar os estragos: todo mundo sabe que
esse encadeamento fatal explodiu numa grande conflagração mundial.”
Isso sem falar no fanatismo religioso,
na intolerância, no belicismo crescente com uso de armas cada vez mais
destrutivas.
E nós, brasileiros, que não temos experiência
de guerras, de racionamento, de proteção contra ataques, seríamos um alvo
fácil, um povo que só quer saber de “paz e amor”, de carnaval, de cerveja
gelada, de praia, de futebol e que certamente morreria logo se tivesse que
enfrentar filas quilométricas por um pedaço de pão.
O jeito é rezar para que Obama acerte
os ponteiros da terra do Tio Sam, que um novo Papa acalme os europeus, que o
Oriente Médio se aquiete, que a África desfrute de suas riquezas naturais sem se
dizimar com doenças preveníveis e que a Ásia viva como sempre viveu, com seus
atentos olhinhos puxados, se possível sem muita escravidão.
Cada macaco no seu galho, até porque é
comum as pessoas querem arrumar a vida e a casa do vizinho deixando a sua na
maior bagunça.
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