sábado, 1 de dezembro de 2012

TEMPOS MODERNOS – enésima parte



Hoje, durante o almoço, eu e Paulo comentávamos sobre as “preferências” alimentares dos netos – ele tem quatro, eu tenho dois e mais três estão a caminho para 2013.
Falávamos sobre o que cada um gosta e não gosta de comer e como fica difícil hoje em dia, montar um cardápio que agrade a todos.
Lembramos que, no nosso tempo de crianças e jovens, bem como no tempo da criação dos nossos filhos, não havia isso de adaptar as refeições ao gosto de um ou outro. A comida era determinada, ou feita pela dona de casa e todos deveriam prová-la ao menos. Com exceção dos casos de alergia alimentar ou alguma outra dieta restritiva, todos sentavam à mesa e comiam de tudo. Claro que gostavam mais de alguma comida, ou doce, mas comidas especiais nunca eram feitas apenas pelo paladar de algum membro da família.
Hoje a coisa mudou de figura. Muitas crianças têm vícios alimentares, recusam-se a provar alimentos novos, passam longe das verduras e frutas e se entopem de batata frita e chocolate, em suas diversas versões.
A tradicional garrafa, ou jarra de água gelada, onipresente nas mesas de antigamente, foi substituída por refrigerantes ou sucos açucarados.
A passada obrigatória no lavabo para lavar bem as mãos com sabão antes de sentar à mesa está cada vez mais esquecida, inclusive pelos adultos.
O manejo dos talheres, a utilização do guardanapo, o prato vazio com o mínimo possível de sobras, tudo foi sendo deixado para trás.
Assuntos amenos, comer de boca fechada, pedir licença para levantar, parece coisa de filme em preto e branco.
O legal é comer no colo, diante da TV ligada, encher demais o prato e deixar bastante sobras, afastar para um lado tudo o que for diferente e engolir sem mesmo olhar para o que está comendo, de olho no filme, enchendo a barriga dos sucos ou refrigerantes.
Ficamos refletindo, então, nas causas para tamanha mudança e concluímos que a falta de cozinhar em casa é a grande responsável. Quase ninguém mais faz comida em casa e nos restaurantes, com aquela variedade de alimentos oferecidos, fica fácil comer só o que gosta, sem ousar conhecer alimentos novos.
Além disso, há a famigerada comida pedida por telefone, que se limita a pizzas e fast foods na maioria das vezes.
Bebês comendo apenas papinhas industrializadas, crianças viciadas em hambúrgueres, adultos achando que comida japonesa de vez em quando supre todas as suas necessidades nutricionais. Resultado: anemia, obesidade, carência de minerais e vitaminas e, sobretudo, muita dificuldade de se alimentar na casa dos avós , ou de quem ainda tem o hábito de comer comida “de verdade”.
Sinal dos tempos... e na sua casa, é diferente?!



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