As pessoas mais velhas e outras até
bem jovens costumam acusar a Internet e todo o contato que temos através das
redes sociais de prejudicar o relacionamento e a vida real das pessoas.
Respeito a opinião delas, embora tenha
a minha, que identifica as causas de tal rejeição. Nos mais antigos, pela
dificuldade de aprender a manejar adequadamente esta ferramenta que não fez
parte da sua vida. Nos mais jovens, o receio de que alguns fãs, amores
clandestinos, desafetos, curiosos possam adentrar sua vida pessoal e atrapalhar
seus relacionamentos e até a vida de sua família. Para esses, é bom lembrar que
as redes sociais dispõem de mecanismos para evitar que isso aconteça. É o velho
mote: sabendo usar, não dará problema!
Meu primeiro livro de crônicas surgiu
a partir de textos publicados em jornal. Este segundo tem origem num blog; não sei se tem mais leitores, nem
se os leitores são os mesmos, só sei que consigo me comunicar muito mais
rapidamente com quem me lê, o que é vital ao cronista, uma vez que tratamos
quase sempre de temas da atualidade.
Acredito na amizade, nos amores e em
todo tipo de relacionamento criado neste mundo virtual, porque acredito que
aqui nos mostramos verdadeiramente como somos, sem preocupação com a estampa,
com o exterior, com as características físicas. Sem esse bloqueio superficial
fica muito mais fácil nos revelarmos em toda nossa essência, com a certeza de
que as pessoas que nos vêem através do que escrevemos realmente nos conhecem
mais a fundo.
A internet, notadamente através das
redes sociais, foi uma fada madrinha que nos permitiu reencontrar colegas,
rever amigos, conhecer os filhos e até os netos deles! Amigos de longa data que
o mundo, a vida e, sobretudo, as escolhas se encarregaram de afastar de nós.
Aqui podemos ousar, sem timidez ou
vergonha, sem o freio das convenções, sem os olhares de reprovação, sem as
opiniões não pedidas. E isso é libertador!
Podemos também, nos álbuns, acompanhar
o trabalho do tempo nas feições dos nossos amigos queridos, antecipando as transformações
e evitando os famosos “sustos” nos eventuais reencontros.
Por aqui fica mais fácil pedir e
receber ajuda; compartilhar momentos de júbilo e emoção; dividir o peso das
dores e dos fracassos; receber afagos nas crises de saudade e, principalmente, receber elogios, cada vez mais raros no mundo
dito real.
Acariciando o teclado vamos povoando
nossas insônias, porque sempre há alguém, do outro lado, que também não
conseguiu dormir.
Nesse novo mundo podemos saber
notícias fresquinhas da nossa terra natal, do colégio onde estudamos, da turma
da faculdade, da vizinhança, dos flertes, dos pares de dança, dos folclóricos,
dos inesquecíveis, por motivos vários.
Há ainda quem encontre, ou reencontre,
grandes amores perdidos no tempo e descubra, numa caixinha de veludo,
sentimentos profundos sufocados pelo frenesi
da juventude e válidos para sempre.
Finalmente, esse mundo virtual nos
permite recordar!
E recordar é mesmo viver, reviver,
sentir de novo! Muito bom!
Um comentário:
Muito bom, Maria Luiza.Parabéns!!!
O tempo afasta, mas a internet traz de volta... à mente e ao coração as lembranças que resgatam a vida. Adorei te encontar e desfrutar da tua escrita. bjus, Gilka Coimbra
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