sexta-feira, 18 de novembro de 2011

VELHO MUNDO, NOVA REALIDADE



Nem todo mundo de gosta de viajar.
Nelson Rodrigues, por exemplo, ficava estressado apenas de sair do seu bairro, pois achava que ainda havia muito a conhecer e descobrir na vizinhança.
Há pessoas, outrossim, que não conseguem permanecer muito tempo no mesmo lugar e para as quais as viagens são sempre a melhor opção.
Mesmo sendo filha de aviador, adiei por bastante tempo minha viagem dos sonhos ao Velho Mundo, por conta das incontáveis horas que teria de permanecer num avião. Quando acabei de formar os filhos e já poderia me dar ao luxo de morrer, embarquei rumo aos castelos, museus, catedrais, montanhas e tudo aquilo com o qual sonhara a vida toda. Nem preciso dizer que amei cada passeio, cada dia, cada vivência naquela viagem! E ainda quero voltar, se Deus quiser! Ainda mais que retornei ao Brasil de primeira classe, porque deu overbooking no vôo da Ibéria e porque eu merecia voltar naquela mordomia toda, eu acho (risos).
Nos últimos dias, tenho assistido ao noticiário internacional muito surpresa com as cenas de barbárie e depredação que aquele povo tão lindo, tão educado, tão austero está proporcionando.
Será que eles eram assim finos porque tinham bastante dinheiro, empregos, investimentos rentáveis? Será então que nós somos bárbaros e vivemos fazendo greves e quebra-quebras porque estamos sempre com a corda no pescoço? Então não eram índole, bons colégios, educação refinada que os diferenciava e, sim, o saldo bancário e a estabilidade econômica.
Pobres brasileiros! Pobres sul americanos! Sempre difamados, discriminados, ofendidos por lutarem por empregos, por qualidade de vida, por algum poder de compra e uma economia estável.
É, o velho mundo parece desconhecer o arrocho, o desemprego, a estagnação econômica e reage igualzinho a nós! Em alguns casos, até com mais violência, inclusive da parte dos policiais.
E os tais Direitos Humanos, que eles tanto apregoam? Não se importam com as cabeças quebradas dos jovens arianos?
Já sabemos que “pimenta nos olhos dos outros...”
Pois é, outro ditado diz que “rico ri à toa”.
Será por isso que agora eles não sorriem mais?!
Não desejo mal a ninguém, mesmo porque essa crise européia certamente vai respingar em nós, como sempre!
Agora, que é fácil ser bonzinho com os bolsos cheios, isso é!



3 comentários:

Francisco Carlos D'Andrea (francari) disse...

Monteiro Lobato, há muitíssimos anos, escreveu algo sobre a relação educação/situação financeira, só não lembro onde isto foi escrito, já que a obra dele foi vasta e diversificada.

Anônimo disse...

Fala-se muito mal do comportamento do brasileiro nas viagens ao exterior. Em setembro, estive em Barcelona, Roma e Paris e senti muito orgulho de ser brasileira, nada de falta de educação observei nos brasileiros por lá. E olha que são muitos no exterior. Abraços, Elizabete

Luiz Barboza Neto disse...

Cara amiga ML.
Diferentemente ao que experimentei há uma década, há pouco também pude desfrutar desta nova realidade que vivemos. Jamais poderia imaginar que seria recebido no velho mundo com as deferências somente dadas aos nobres.
Esta sendo bom viver para confirmar que "o mundo dá voltas".
Abraços.