sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

SE VOCÊ ME AMASSE...

           Se você me amasse, como pai, como filho, como amante, como amigo, como irmão, certamente saberia que meu retrato mais fiel encontra-se nas entrelinhas do que escrevo e me leria sempre, cada vez mais, relendo até entender, saboreando minhas palavras como quem degusta um champanhe ou um manjar dos deuses. Decifraria minhas reticências como aqueles beijos crescentes que antecipam o amor. Não viveria sem procurar saber do estado de espírito em que me encontro apenas pelos textos que escrevo, ou pela ausência deles.
        Se você me amasse divulgaria minha literatura aos quatro ventos, sabendo que é disso que me alimento e que não existe elogio que me toque mais fundo do que aqueles dados aos textos que escrevo, sejam eles curtos, médios, longos, muito longos ou de um laconismo enervante.
       Se você me amasse faria com que meu blog tivesse muitos seguidores, para que não ficasse humilhado diante dos milhares que qualquer celebridade instantânea tem.
       Se você me amasse "de verdade" não teria vergonha de deixar seu comentário, ou preguiça de copiar meia dúzia de letrinhas numa linha.
       Se você me amasse "mesmo" saberia que as conversas telefônicas não me satisfazem e que é por aqui que prefiro me comunicar.
       Como saber qual o texto que mais gostou, que tipo de assunto prefere, que conclusões tirou, que texto lhe surpreendeu desagradavelmente se você não me diz?!
       Olha, é para você que escrevo e seu silêncio tem um efeito negativo sobre a minha criatividade. Você há de crer que eu tinha mais retorno dos leitores quando escrevia para jornal? Sem internet, sem e-mails, nada?! Pois é, as pessoas me mandavam recados, telefonavam, falavam para os meus parentes e eu sabia que tinha acertado o tom e a abordagem. Se escrevesse só para mim continuaria treinando meus contos e logo iniciando o romance, cada vez mais distanciada daqui.
         Eu adoro escrever! Eu escrevo para ser lida! Eu preciso saber a opinião das pessoas que me lêem!
          Mas isso, só se você me amasse...

5 comentários:

Ivana Lucena disse...

Sim. Certamente que te amo, minha querida. Como não poderia? Se nos prende com as suas palavras e nos cativa com tanta poesia?

Jeanne Geyer disse...

Oi, não preciso te reler. Ler para mim é na veia, capto no ato.
te conheço sim nas entrelinhas e no que não escreves, quer dizer, não tudo que teria ou poderia te conhecer porque ninguém é tão transparente assim...
Ainda bem,rsrsrs
não esquenta não, vai escrevendo e pronto, tem milhões de blogs na internet e já tens o teu espaço.
as pessoas não tem muito tempo mais para comentar, lá no blog o nr de acessos é muito maior que os comentários, faz parte.
É assim, simples assim.
te amo, pronto, falei!
beijos

Maria da Graça disse...

Claro que te amo, minha amiga e sempre sei como está tua alma quando te leio. Sabes disso...Bjs

Remédios disse...

Olá!Duvido muito que haja quem não ame, alguém assim tão cativante quanto você.E o que você escreve então...é maravilhoso e também por isso você é muito querida.Um grande bj.

Roseli disse...

Pois é, Malu. Teu texto a a príncípio parece direcionado a um homem, heheh. Eu gostei desse jogo e também de ter-lhe dado sequência no seguinte. Mas o que mais gostei foi o que os dois me emocionaram. Te amo muito e também preciso aprender a me amar mais e quando se sabe disso, sabemos também deste amor que nos dizes. Beijos, querida!