quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

VIAGEM A ALEGRETE - PARTE I

 CHEGADA OU REENCONTRO
           Último dia do ano.
         Depois de uma hora de avião e seis de ônibus, antes mesmo do alvorecer, aportamos (sem porto) no Alegrete.
          Acomodei a família, preparei um chimarrão e me sentei no jardim, usufruindo de uma paz auditiva há muito sonhada e ouvindo o cantar dos galos do vizinho à guiza de despertador. Esta é a minha terrinha!
          Meu pai gostava de matear (tomar chimarão ou mate) sozinho, antes da casa e da cidade acordarem, para que o fio de seus pensamentos não fosse rompido com o movimento das pessoas. Hoje faço o mesmo, entre as plantas e flores, de frente para uma pimenteira esplendorosa, escutando o farfalhar das folhas com o vento. É muito bom para a alma!
          Acompanho com os olhos os corredores ao redor dos canteiros e revejo o passo ainda trôpego dos meus meninos entre eles e depois o andar lento da minha avó e do meu pai tomando um solzinho. Entre as duas pontas - Eu. Ainda caminhando firme, mas com tantas dúvidas...
         Para me despertar desta letargia saudosista, uma formiga pequenina acaba de ferroar meu pé. Não tem graça nenhuma. E arde.
         Viram como o paraíso não existe?


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