quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

MAIS OU MENOS

       
               O sonho de muita gente sempre foi ser “cinqüenta”, nada polarizado no oito ou oitenta por exemplo.
             
               Já o meu sempre andou na contramão. Além de ser reconhecidamente oito ou oitenta (pelo menos enquanto jovem), gostaria de ser MUITO boa em alguma coisa, tipo referência naquilo, leitura obrigatória, consagração.

                Mas não foi essa a educação que recebi. Quase ao contrário, fui criada para navegar em vários mares, conhecendo um pouco de tudo, ousando até ali, mudando o foco diversas vezes.

                Uma pianista moderadamente talentosa; uma bailarina com certa facilidade e bastante ritmo; atleta esforçada; aluna estudiosa e assim por diante.

               Não sou alta nem baixa, nem gorda nem magra, nem feia nem bonita, nem loira nem morena, nem boa nem má, nem isso nem aquilo e assim por diante.

               É claro que em algumas coisas sou melhor, noutras pior, no final dá a média, como sempre. Até meu manequim é M (quase G na verdade) e meu pé fica entre o 35 e o 36, precisando escolher se quero o sapato apertado ou caindo.

              Ah, cozinho bem, mas não sou nenhum mestre-cuca. Escrevo direitinho (pelo menos eu acho), mas nada que me consagre ou me eternize na literatura.

             Olha, ultimamente, tenho me surpreendido com a minha pedagogia. É, isso mesmo, depois de aposentada, vejo-me com uma capacidade surpreendente de ensinar crianças de tenra idade, coisa que pouco fiz nos meus tempos de magistério. Ensinei muitas pedagogas a ensinar, mas eu mesma só havia praticado com meus filhos, naquela fase da vida em que abraçamos mil coisas e fazemos tudo pela metade.

             Agora, fechei a agenda para cuidar da minha netinha Bruna e o resultado deixa todo mundo boquiaberto.

           Com dezoito meses Bruna fala TUDO, frases inteiras, atende telefone e fala com as pessoas (dá até recado!), canta estrofes completas sem esquecer uma palavra, conta até 10, sabe as vogais e o Parabéns a Você canta também em inglês. Tudo de forma lúdica, sem didatismo, naturalmente. Brincando com as bonecas ela reproduz diálogos inteiros, com perguntas e respostas e é um tiquinho de gente.

           Taí, quem sabe nisso me tornei quase uma especialista?!


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