quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

ADEUS 2009!

               Ele se redimiu.
               Escondeu aquele sol abrasador, sertanejo, espargiu sobre nossas cascatas de suor uma garoazinha fresca e até conseguiu reunir algumas sobras de vento para tentar soprar uma brisa neste novo deserto do sul do Brasil.
                Nada que realmente refresque ou nos permita usar uma roupa menos decotada, ou um pouquinho de maquilagem que não derreta; mas está "menos pior" que ontem, digamos assim.
                Nasci num ano par, entretanto, quase todas as grandes coisas que sucederam na minha vida, foi num ano ímpar. Para melhor e para pior. Dessa forma, os anos pares normalmente dão um descanso, um refresco no redemoinho da vida e pouca coisa muda, para melhor ou para pior. Melhor assim.
               Não quero fazer balanços, já basta os que faço todas as noites ao deitar.
               Meus pedidos são quase sempre os mesmos e alguns já me estão parecendo de impossível resolução. Nada para mim, sempre para a família, o que não deixa de me atingir completamente.
                Ainda não decidi se listarei minhas prioridades neste ano. As do ano passado passaram incólumes e também eram sem graça demais. Consultar médicos, emagrecer, retomar a ginástica, essas coisas que nem precisam estar escritas para precisarem ser feitas. Lembro que antigamente listava coisas como: escrever um livro, fazer um concurso, ser feliz! Como se a gente conseguisse ser feliz por decreto.
                 Se me decidir a afixar a tal lista na porta interna do meu guarda-roupa, creio que enumerarei coisas como: sentir calafrios na espinha (sem ser doença!), frio no estômago (sem ser úlcera), desfalecimentos (sem ser pressão baixa), descargas de adrenalina (sem usar psicotrópicos), taquicardia (sem ter problemas cardíacos) e manter os lábios inchados, não por alergia a algum batom, mas por tantos beijos na boca.
                Envelhecer é normal, natural, sacramentado. Difícil é deixar de sentir, de enxergar, de ouvir, de se emocionar, de enraivecer.
                Vou preparar mais uma ceia agora. E, mesmo derretendo diante do forno, faço questão de agradecer a Deus pelas pessoas que irão apreciar meus quitutes, gente da minha família, alguns que vieram de longe para este momento. Pior quem está trabalhando para alimentar os estranhos e nem pão tem para deixar aos seus em casa.
                Sabem, o Novo Ano vai me conquistando aos poucos. Minha maior emoção é sempre com o ano velho, com o que está se despedindo, até porque este está recheado de coisas boas e más, assim como um caderno com todas as folhas ocupadas  e o outro ainda é um caderno novo, vazio, com um grande ponto de interrrogação.
                 Cheiro de lentilhas no ar...

2 comentários:

Maria José Rezende de Lacerda disse...

O Arca está fazendo um ano de aniversário.
Obrigada pela companhia durante o ano de 2009. Que possamos continuar juntos por muito mais tempo, trocando experiências, amizade, sentimentos. Que possamos nos ajudar mutuamente; que possamos crescer como seres humanos e, quem sabe, escalarmos mais um degrau na escala evolutiva. E que Deus nos proteja a todos.
Beijo especial.

Zulforum@gmail.com disse...

As últimas crônicas estão com um sabor especial...Pensamos as mesmas coisas sobre as quotas, sobre o emprego alardeado por decreto (ou MP)...até sobre as "ceias"...(nos últimos anos venho pra CC e esqueço desse assunto). Há alguns lugares aqui que servem maravilhas no Natal por preços razoáveis. É muito bom!
No mais, espero que nossas listas de prioridades não sejam novamente cumpridas e que continuemos vivas e felizes! Felizes Anos Novos sempre. BJ.