sexta-feira, 4 de setembro de 2009

OS "ZECAS" DA VIDA"

Antes de mais nada, deixa eu me desculpar com vocês, pois ainda estou apanhando neste blog novo e não consigo ajeitar o texto bonitinho, com os parágrafos corretos como gosto.
Há quase trinta anos, quando meu filho caçula foi batizado, no curso de pais e padrinhos da Igreja Católica o padre falou uma coisa que, na época, me pareceu forçada, mas hoje percebo o quanto de verdade havia ali.
Ele falou que o pilar que sustentava a sociedade era a família e que, se a família se deteriorasse, toda a sociedade desmoronaria.
Os divórcios e casamentos subsequentes foram sendo facilitados, os filhos muitas vezes virando "bucha de canhão" na guerra dos pais, as adolescentes despejando crianças no mundo à torto e à direita, os miseráveis fazendo filhos (e os criando) até debaixo de viadutos, pais, tios e padrastos abusando de crianças, enfim, uma família "rodriguiana", porque podre em suas bases, corroendo como a pior das ferrugens os pilares da ponte que continha a sociedade.
Não daria para listar aqui os tipos de pais, de mães e de filhos que já tenho catalogados. Daqueles das favelas já conhecemos bem os vícios, a irresponsabilidade, a violência, a ausência. E os bem sucedidos economicamente? Serão todos responsáveis, cidadãos, educadores? Quem já não viu um paizão, com carrão, incentivando o "filhinho" a ser marginal?
Mais uma vez Glória Peres colocou o dedo na ferida. E como a novela está no final, quero falar dela logo, pelo menos dos modelos que mais me indignaram.
Trabalhei trinta anos com jovens, de todas as classes sociais. É claro que tive pais de alunos primorosos, também em todas as classes sociais. Agora, quando ao pai bobalhão, irresponsável e truculento, é dado dinheiro e poder, aí a coisa degringola de vez!
São pais (pai e mãe, mas principalmente os homens) que admiram todas as malcriações e irreverências de seus rebentos, desde a mais tenra idade. Mandam revidar qualquer ofensa, ou bater no amiguinho do jardim da infância, como se a vida fosse um saco de pancadas.
Quando crescem, viram um "Zeca" desses da novela. Superprotegidos, comprados com presentes, incentivados no desrespeito aos mais velhos e a todos que ganharem menos que ele, como os professores, por exemplo.
Dia desses, vi no orkut um jovem xingando dos piores nomes uma senhora, só porque ela era mãe de um ex-namorado da namorada dele. Como um jovem faz uma coisa dessas? Que valores deixou de receber na família? Como se atreve a ofender alguém tão mais velha, que ele nem conhece, assim gratuitamente? Serão esses os futuros governantes do país, ou de qualquer posição na sociedade? Será que eles pensam que a juventude é eterna? Ninguém lhes contou que, com a idade, a gente cresce em sabedoria e maturidade?
Tenho certeza absoluta de que meus filhos JAMAIS ofenderiam uma pessoa mais velha, muito menos gratuitamente.
Sei que eles abominam todas as atitudes do Zeca da novela e de quem a ele se assemelha.
Ainda bem.
Nossos diálogos intermináveis não foram em vão.

Um comentário:

Patricia Vidaletti disse...

É maravilhoso saber que ainda existem pessoas que não se cansam de falar em valores,educação,família...
não me canso de falar,repetir e repetir muitas vezes o que quero para meus filhos. E, espero que daqui uns anos, o tempo que dedico a eles seja válido.Adorei teu texto.Muito bom!!!!!grande abraço
Patricia Vidaletti/RS