Escrevo desde os seis anos, desde que aprendi a juntar as
letras, mas nunca me considerei escritora. Escritor, para mim, é quem vive de
escrever, não faz outra coisa na vida e entrega seus originais à editora e só
fica esperando o pagamento.
Fui homenageada diversas vezes, inclusive na Parada da Mocidade da minha terra natal por duas escolas, com meu
nome e meus livros participando do desfile na Semana da Pátria e, mesmo tendo
consciência do pouco merecimento, fiquei lisonjeada, honrada, orgulhosa e agradecida ao meu povo.
Se algum mérito tenho – e desse não abro mão – é de
conseguir escrever sem a menor estrutura de apoio, sem tempo, sem clima, sem
privacidade, aproveitando minutos, lendo nas salas de espera, dormindo de
cansaço sobre os rascunhos e revisando
de madrugada.
Sou avó-babá de três netas – lindas – mas que consomem minha
energia e meu tempo frequentemente. O retorno amoroso é inquestionável, mas sobra muito
pouco para aprofundar numa função que requer profundidade e reflexão.
Administro ainda a vida e a casa da minha mãe querida,
agradecendo a Deus todos os dias por fazê-lo, mas precisando de energia e tempo
para que nada falte a ela e tudo funcione a contento.
Reúno a família na minha casa nos finais de semana para que
interajam enquanto piloto o fogão. São momentos deliciosos, em todos os
sentidos, mas que também demandam tempo: antes, durante e depois.
Converso, sempre que possível, com meus amigos nas redes
sociais, curtindo suas publicações, comentando, vendo as fotos, estreitando os
laços. São alguns minutos preciosos que, geralmente, passam rápido demais.
Por tudo isso, aceito as homenagens e até me ufano com elas,
pois sei que publicar dois livros por ano – sem falar no valor econômico – com as
migalhas de tempo de que disponho para mim mesma, é uma tarefa difícil e,
felizmente, reconhecida por tantas pessoas que me enviam cumprimentos, se
juntam às homenagens e, principalmente, compram e leem meus livros.
Não vivo sem escrever, no entanto, tenho outras prioridades na vida e meu tempo de
escritora se torna cada vez mais exíguo.
Obrigada a todos que compram meus livros, que leem meu blog
e que valorizam algum valor que eu tenha, atribuindo a mim e à minha obra prêmios, diplomas e troféus. O maior reconhecimento, todavia, é sempre o retorno que recebo de quem está me lendo e apreciando a leitura.
Tudo isso é que faz valer a pena e não deixa essa escritora multitarefa
desistir.
Obrigada, de coração!
3 comentários:
Muito bonito e oportuno este texto, parece que me senti nele, não ao todo porque você diz que escreve desde muito pequena ( eu só inciei depois dos 40 anos), porém como você, eu também aproveito meu curto espaço de tempo e pesquiso e escrevo. Vez ou outra também gosto de interagir com meus amigos das redes sociais, pois ali eu aprendo, sou cobrado, elogiado, estimulado e amado. Muito bom, obrigado por você se expor e com isso ter uma deixa para me interligar. Parabéns pelo texto.
Muito obrigada pela visita e pelo comentário Líbero.
Apareça sempre que der!
É esta a nossa vida e sem isto perderia o encanto.O desafio é o maior motivador.Nesta batalha o reconhecimento enfeita a alma inspiradora e nos impulsiona a continuar a trajetória que amamos.Bjs
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