A palavra vício tem origem no latim “vitium” e significa “falha ou defeito“. Para o dicionário Aurélio, a definição de vício é: tornar mau, pior, corrompido ou estragado; alterar para enganar; corromper-se, perverter-se, depravar-se. Já para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vício é uma doença física e psicoemocional.
Parece que algumas pessoas têm mais inclinação para os vícios que outras.
Desde pequenos, uns bebês custam mais a se libertar da chupeta, outros da mamadeira, mais adiante de mascar chicletes e por aí vai. Claro que esses são vícios benignos, que não prejudicam mais do que entortar os dentes e podem ser abandonados com firmeza por parte dos pais.
Por outro lado, existem pessoas que, quando gostam de alguma coisa, não sabem mais viver sem ela. Até academia de ginástica pode viciar! Quem gosta de correr, corre também na chuva e é assim com o surf, o futebol e outros vícios que não prejudicam tanto, mas influem no comportamento das pessoas. Roer unhas, mexer no cabelo, piscar os olhos, sacudir a perna quando sentados, são tiques que se transformam em vícios se não controlados. Existem até vícios de linguagem! Gente que se acostuma a falar de certa maneira, mesmo sabendo que não é a forma correta, e já não consegue falar diferente.
Pessoas viciadas em trabalho não conseguem relaxar e aproveitar nenhum lazer, só pensando em trabalho, são os famosos “workaholic”, de difícil convivência.
O vício do cigarro, do álcool e das drogas são os mais nocivos, pois prejudicam a saúde, a convivência entre as pessoas, a família e o meio ambiente. O indivíduo perde o controle em atividades que lhe trazem prejuízos pessoais. Torna-se inábil em vários setores da vida, causando conflitos sociais, familiares, prejuízos à saúde e para o ambiente de trabalho.
Agora, com a evolução da tecnologia, cada vez mais pessoas estão se tornando dependentes dos computadores e celulares, na maioria das vezes para joguinhos eletrônicos. A desculpa que está “apenas jogando” parece tão inocente! E a vida passando lá fora? E a família? E os estudos? E as horas de sono? E a convivência com os amigos? A pessoa viciada em jogos, sejam eles físicos ou pelo computador, certamente perde uma grande parcela da vida, cria dependência, tem crises de ansiedade, ou depressão e precisa de uma interação entre a família e os médicos para tentar sair do buraco em que ela se foi colocando, às vezes sem sentir. Em resumo, alguns podem jogar esporadicamente e não ficarão viciados, outros se tornarão dependentes e precisarão ser ajudados. Já existe até uma doença catalogada com o nome em inglês - Game Disorder - definida como um padrão de dependência causado pelos jogos eletrônicos, caracterizado pelo comportamento obsessivo em relação aos jogos, suprimindo qualquer outro interesse ou atividades que não sejam os games, prejudicando a saúde física e mental do portador do transtorno.
E o vício de comida? Quanto obesos mastigam sem sequer sentir o gosto do que estão comendo, apenas pelo vício de assistir TV mastigando alguma coisa, por exemplo. Ou bebendo durante o futebol.
Há quem seja viciado em apostas e invista grande parte do seu salário comprando bilhetes ou apostando em loterias várias. Bingos e máquina de caça níqueis já arruinaram muitas famílias.
Sabemos que existem pessoas viciadas em sexo também e isso não é nenhuma coisa a se admirar. Sexo sem qualidade, sem entrega, mecânico, não deve ser bom para ninguém.
Até em medicamentos há quem fique viciado! Se não tomam tal droga sentem vários sintomas, porque remédio também é droga, e acabam dependentes de alguns fármacos, sem uma necessidade real.
Por último, e não menos importante, podemos citar a dependência emocional, a insegurança no relacionamento, a inexistência de planos que não envolvam a outra pessoa. Uma tendência a dizer sim a tudo, por medo da rejeição, se colocando sempre em segundo plano, porque precisa ter a outra pessoa sempre por perto para alimentar a dependência.
Enfim, nenhum vício é bom, nem saudável. Melhor tentar ficar longe deles e se afastar de tudo o que tenta nos escravizar.