sábado, 2 de outubro de 2021

UM PAÍS EM CHAMAS

 

                              O título não é metafórico. Ainda que pudesse ser. Nesse caso, refiro-me às chamas de fogo mesmo, que devoram nossas matas e florestas sem piedade, enlouquecendo os brigadistas e bombeiros e assustando as populações vizinhas.

                             Você já tentou fazer fogo sem fósforo, isqueiro ou similar? Difícil né? Pois então, como explicar o começo de um fogo devastador a não ser por negligência ou maldade humanas? Bitucas de cigarro jogadas até pelas janelas dos carros, piqueniques que deixam o fogo aceso depois de comer, gente queimando pasto para não precisar carpir, incendiários, piromaníacos que ateiam fogo por vingança ou desequilíbrio mental, fogueiras em acampamentos, pescarias, caçadas, balões de festas juninas, efeito-lente de cacos de vidro e por último os raios, talvez a única causa que não dependa da atividade humana.

                             O Brasil tem muitas florestas. Mas já teve bem mais! Na Amazônia, dá pena ver os espaços vazios, desmatados por garimpeiros e agricultores. Ano passado o fogo devastou o Pantanal matando 17 mil animais e extinguindo diversas espécies de animais e plantas. Uma devastação inenarrável, uma tristeza imensa.

                             Agora é Minas Gerais que sofre com o fogo. Uma seca intensa, com altas temperaturas, baixa umidade do ar e fortes ventos fazem com que o fogo se alastre rapidamente, destruindo tudo o que encontra. Locais íngremes, de difícil acesso, exigem um trabalho incansável e sacrificado das equipes de combate ao fogo. Incêndios se propagam por toda Minas Gerais e o fogo se alastra por plantações, pastos e matas, alterando até mesmo a paisagem urbana. 

                         Neste ano, o país registrou 11,2 mil focos de incêndio em locais ocupados pela vegetação nativa do bioma da Mata Atlântica, que está presente em 17 estados. SP registrou média de 249 queimadas por dia no mês de agosto. Esse bioma abriga grande variedade de plantas e animais e, a longo prazo, o desmatamento desenfreado acaba provocando mudanças no clima e alterando o ecossistema da mata, da qual resta apenas 12,4% da sua formação original.

                        Educação é fundamental! Conscientização ecológica, cuidados com o planeta, atenção às mudanças climáticas, procura de fontes de energia limpa e, sobretudo, responsabilidade com as matas e florestas, que protegem os rios, os animais e o ar que respiramos. Estamos passando por uma seríssima crise hídrica, logo o Brasil que sempre foi majestoso em seus rios e florestas. Corremos o risco de ficarmos sem energia por conta do nível baixíssimo dos rios que abastecem as hidrelétricas. Mudanças climáticas se originam na poluição e no descuido humano com o planeta que habita.

                  A educação ambiental nas escolas é fundamental, sendo ela um espaço educativo e de formação de valores. Quem sabe, a partir dos alunos, as famílias possam também se educar para a sustentabilidade. Podemos começar incentivando o consumo consciente de água e energia, ensinando a importância da coleta seletiva do lixo, reduzindo o uso de plástico, reaproveitando materiais para evitar o desperdício e fazendo hortas orgânicas.

                     Só assim conseguiremos evitar que a Terra chegue a um ponto de se tornar inóspita, comprometendo o futuro das novas gerações.


 

 

 

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