Não é a primeira palavra pronunciada
pelo bebê, tampouco uma vocação inerente a todas as mulheres.
Todavia, depois que o filho aprende a
dizer a palavra mágica, que lhe traz socorro imediato, não para mais. Se
gastasse, ou desgastasse, o nome “mãe” teria que ser reposto periodicamente.
Algumas meninas já nascem com um
genuíno instinto maternal, aprendendo a andar com suas bonecas debaixo do braço
(como a Bruna), outras desenvolvem esta vocação mais tarde e se saem muito bem
nela.
Penso que a mãe é o único ser humano
que daria a vida por seus filhos sem pestanejar. É aquela que de andorinha se
transforma em leoa num piscar de olhos, caso algo ou alguém ameace a sua prole.
Mãe dorme com os ouvidos acordados
quando tem filho pequeno e nem deita quando um deles está doente ou algum ainda
não chegou em casa. Às vezes finge que dorme, mas só pega mesmo no sono quando
a porta se fecha por dentro.
Chora de emoção nas festinhas da
escola, mesmo que seu pimpolho se atrapalhe, erre o passo ou esqueça o verso. E
nem enxerga os demais!
Sofre como uma condenada esperando a
lista dos aprovados no vestibular e amassa o filho num abraço se o nome dele
estiver lá, ou num abraço maior ainda se não estiver.
Acha graça em tudo o que o rebento diz
ou faz, e quando precisa castigá-lo sofre junto com ele.
Mãe consegue amar o filho desaforado,
o filho teimoso, o filho desligado, o filho ausente. E se derrete toda com
qualquer migalha de atenção ou carinho que receba deles.
Mãe aceita situações difíceis,
procurando contorná-las, com o intuito de facilitar a vida do filho e não
fazê-lo sofrer ou dividir-se.
É ela quem, na maioria das vezes,
segura o filho choroso para o exame, a injeção, o curativo, mesmo destruída, porque
sabe que sua presença lhe dá segurança.
Reza muito e suas preces sempre têm a
felicidade dos filhos como primeiro pedido.
Sofre para fazer o filho comer, ou
sofre para fazer o filho comer menos.
Como autêntica mãe-coruja, enxerga
toda a beleza do mundo no seu filho e ai de quem lhe diga o contrário, porque
olha para ele com olhos de amor.
Mesmo quando enfrenta problemas
conjugais, tenta manter o casamento para não abalar a estrutura familiar,
tirando o lar dos filhos. Quando não consegue, procura assumir uma postura de
dignidade, respeito e amizade com o pai dos filhos, evitando qualquer palavra
ou gesto que os possa magoar.
Enfim, a Mãe foi sempre cantada em
verso e prosa, desconfio até que por medo de que a gente deixe de acreditar no
papel que nos cabe e comece a negar o colo.
Neste Dia das Mães, quero abraçar em primeiro
lugar a dona Conceição, é claro! Minha mãezinha de quase 97 anos, minha melhor
amiga, minha confidente, minha fã nº 1, meu esteio, minha lição de vida e de
amor.
Depois todas as minhas amigas e
leitoras que são mães.
E ainda as mães que perderam seus
filhos e só elas sabem como conseguiram continuar vivendo (ou sobrevivendo).
As mães que têm filhos com
necessidades especiais e se dedicam a eles com uma garra invejável.
As mães abandonadas pelos filhos ou
afastadas deles por fraqueza ou ingratidão.
As mães que estão ao lado de filhos
doentes, tentando passar a eles o que lhe resta de força e esperança.
As mães que têm filhos presos, porque
não escutaram seus conselhos e teimaram em seguir os falsos amigos.
As mães que sofrem com filhos
viciados, numa roda-viva de agressões, furtos, mentiras, desperdício de vida.
Um abraço também aos filhos que hoje
não podem abraçar suas mães.
Sei que minha vida seria muito sem
graça sem a minha mãe e completamente sem sentido sem os meus filhos.
Parabéns!
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