Parece título de romance para meninas
moças, é ou não é?
Todavia,
é uma menina quase velha quem faz uso dele e se propõe a desenvolver o tema.
Hoje
não vou me referir ao amor fraterno, materno, paterno, filial, conjugal e todos
os congêneres.
Quero
ousar, cutucar o vespeiro, sacudir o marasmo, constranger, indignar, fazer
vocês reagirem, concordando ou não comigo.
O
que procuro descobrir é até quando somos capazes de sentir um amor desses
de se rasgar, chorar, perder a fome, o sono, o bom senso e tudo o mais.
Será
que existe uma idade limite para o amor paixão?
Não, não me venham com sermões, é claro que eu sei de todas as benesses do amor
calmaria, entretanto, pelo menos por hoje, não é a ele que desejo me referir.
Preciso
descobrir com que idade, finalmente, a razão supera os instintos; a segurança
sobrepuja a emoção e nosso sofá e nossa cama passam a ser mais convidativos que
a mesa do bar ou a pista de dança. Quando começamos a desdenhar dos fetiches
dos motéis alegando higiene duvidosa ou promiscuidade? E por que, em certa
etapa da vida, não reparávamos nessas coisas?!
A
partir de que idade o brilho dos nossos olhos se apaga, o coração se aquieta e
somem os calafrios?
Com
quantos anos a música deixa de nos maltratar e passa a ser apenas fundo
musical?
Quando
começamos a desistir dos prazeres da vida alegando valores éticos, religiosos,
morais e falta de tempo? Acaso, em tempos idos, não tínhamos também família,
deveres, compromissos?
É
possível transformar um amor incendiário num amor ternura, amizade,
companheirismo? Ou serão para sempre distintos?
Em
que momento o beijo deixou de ser uma viagem espacial e se transformou num
simples toque?
Saudade
de um grande amor será igual à saudade de um (a) parceiro (a) na vida?
Homens
mais velhos costumam revitalizar os sentidos apaixonando-se por mulheres bem
mais novas.
Algumas
mulheres mais velhas (com fama e/ou dinheiro) também esquentam seus tamborins
com homens jovens, musculosos, fortes.
Por
que será tão mais difícil mulheres e homens mais velhos se apaixonarem
reciprocamente? Afinal, sendo contemporâneos teriam muito mais assunto, doenças
parecidas, rugas, dores musculares.
Mas não! Eles e elas querem se sujeitar a escandalizar o jovem parceiro com a
cara lavada (e amassada) com que acordam de manhã, desde que tenham conseguido
recuperar um pouquinho dos arroubos da juventude durante a noite.
Falando
sério. Quando deixamos de sentir paixão? Quando a água começa a ficar morna?
Terá remédio? Ou nos habituaremos a viver sem esse tipo de amor?
Pense.
Converse. Discuta. Ou simplesmente consulte honestamente seu coração.
Um comentário:
Um dos livros sapienciais da Bíblia é O Eclesiastes (o que fala à assembleia), que muitos atribuem a Salomão. Ele nos ensina que há tempo(certo) para tudo, debaixo do Sol: tempo de plantar e de colher, de rir e de chorar... de viver e de morrer. Não disse, mas certamente sabia, que há tempo do amor paixão e tempo do amor calmaria, embora pense que nem ele sabia qual o tempo certo para cada um ocorrer. A vida e o tempo é que irão mostrando a cada um o tempo certo de cada uma dessas fases.
Quando chegar o tempo certo, você saberá.
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