quinta-feira, 21 de abril de 2016

TEMPO DE AMAR



          

          Parece título de romance para meninas moças, é ou não é?
         Todavia, é uma menina quase velha quem faz uso dele e se propõe a desenvolver o tema.
         Hoje não vou me referir ao amor fraterno, materno, paterno, filial, conjugal e todos os congêneres.
         Quero ousar, cutucar o vespeiro, sacudir o marasmo, constranger, indignar, fazer vocês reagirem, concordando ou não comigo.
         O que procuro descobrir é até quando somos capazes de sentir um amor desses de se rasgar, chorar, perder a fome, o sono, o bom senso e tudo o mais.
         Será que existe uma idade limite para o amor paixão?
         Não, não me venham com sermões, é claro que eu sei de todas as benesses do amor calmaria, entretanto, pelo menos por hoje, não é a ele que desejo me referir.
        Preciso descobrir com que idade, finalmente, a razão supera os instintos; a segurança sobrepuja a emoção e nosso sofá e nossa cama passam a ser mais convidativos que a mesa do bar ou a pista de dança. Quando começamos a desdenhar dos fetiches dos motéis alegando higiene duvidosa ou promiscuidade? E por que, em certa etapa da vida, não reparávamos nessas coisas?!
        A partir de que idade o brilho dos nossos olhos se apaga, o coração se aquieta e somem os calafrios?
       Com quantos anos a música deixa de nos maltratar e passa a ser apenas fundo musical?
       Quando começamos a desistir dos prazeres da vida alegando valores éticos, religiosos, morais e falta de tempo? Acaso, em tempos idos, não tínhamos também família, deveres, compromissos?
       É possível transformar um amor incendiário num amor ternura, amizade, companheirismo? Ou serão para sempre distintos?
       Em que momento o beijo deixou de ser uma viagem espacial e se transformou num simples toque?
      Saudade de um grande amor será igual à saudade de um (a) parceiro (a) na vida?
      Homens mais velhos costumam revitalizar os sentidos apaixonando-se por mulheres bem mais novas.
       Algumas mulheres mais velhas (com fama e/ou dinheiro) também esquentam seus tamborins com homens jovens, musculosos, fortes.
       Por que será tão mais difícil mulheres e homens mais velhos se apaixonarem reciprocamente? Afinal, sendo contemporâneos teriam muito mais assunto, doenças parecidas, rugas, dores musculares.
        Mas não! Eles e elas querem se sujeitar a escandalizar o jovem parceiro com a cara lavada (e amassada) com que acordam de manhã, desde que tenham conseguido recuperar um pouquinho dos arroubos da juventude durante a noite.
        Falando sério. Quando deixamos de sentir paixão? Quando a água começa a ficar morna? Terá remédio? Ou nos habituaremos a viver sem esse tipo de amor?
        Pense. Converse. Discuta. Ou simplesmente consulte honestamente seu coração.
        



Um comentário:

Francisco Carlos D'Andrea (francari) disse...

Um dos livros sapienciais da Bíblia é O Eclesiastes (o que fala à assembleia), que muitos atribuem a Salomão. Ele nos ensina que há tempo(certo) para tudo, debaixo do Sol: tempo de plantar e de colher, de rir e de chorar... de viver e de morrer. Não disse, mas certamente sabia, que há tempo do amor paixão e tempo do amor calmaria, embora pense que nem ele sabia qual o tempo certo para cada um ocorrer. A vida e o tempo é que irão mostrando a cada um o tempo certo de cada uma dessas fases.
Quando chegar o tempo certo, você saberá.