Não sou chocólatra. Não mesmo. Passo longos períodos sem nem lembrar que existe chocolate no mundo.
De repente, sem mais nem porque, desando a comer chocolate como se ele fosse acabar no mundo.
Tem coisas que a gente faz quando está alegre, para celebrar, para comemorar. Outras, só nos lembramos delas quando estamos tristes.
Chocolate é mais ou menos assim para mim. Funciona como uma compensação, um paliativo para a tristeza. Depois, ao ver que aumentei ainda mais aquelas gramas tão difíceis de perder... a tristeza até piora.
Quando perdemos alguém querido, ou sabemos de tantas doenças rondando nossos amigos, o primeiro impulso é de jogar tudo para o alto, abandonar os regimes, se fartar de coisas gostosas, desistir da esteira enfadonha, ou das caminhadas sempre no mesmo lugar, com a mesma paisagem e o mesmo número de passos, enfim, todo sacrifício parece inútil, uma vez que as doenças e a morte nem sempre escolhem com razão.
É incrível como os impulsos quase sempre são maléficos e raramente temos impulso de fazer dieta, ou de praticar exercícios físicos. Para isso, é preciso muita aporrinhação da família e muita insistência dos médicos.
Hoje perdi um grande amigo, desses da vida toda. Sem vícios, bom caráter e vitimado por essa doença que, para mim, possui todos os requintes de crueldade - ELA (esclerose lateral amiotrófica). Não tem cura e vai paralisando a pessoa aos poucos, sem que ela perca a consciência.
Por isso, assim de repente, senti uma vontade imensa de comer chocolate.
Por que será?!
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