terça-feira, 22 de abril de 2014

(RE) VIVER EM ALEGRETE





"Todos cantam sua terra, também vou cantar a minha..."

Para quem abriu os olhos para a vida numa primavera alegretense na Rua Mariz e Barros, aprendeu as primeiras letras no "Oswaldo Aranha" e as primeiras orações na Igreja Matriz, dançou sua primeira valsa no Casino e namorou no Cine Glória e no Quiosque da Praça... viver ou reviver em Alegrete nas férias e feriados é mais do que um prazer, é mesmo uma necessidade.
Entre as ruas, as árvores e o meu povo sinto-me inteira, encontro minhas referências e as razões de tudo o que sou e não sou; as respostas para meu jeito de ver e sentir as coisas, as pessoas e a própria Vida.
Os alegretenses, para mim, têm o olhar mais franco, o sorriso mais aberto e as histórias que contam têm mais ressonância, porque também as vivi.
Meus amigos, os pais dos meus amigos e agora os filhos deles são galhos de árvores conhecidas, cujas sementes nunca caem muito longe do tronco.
O mate é mais amargo e espumante, o churrasco mais suculento, a chula mais bem dançada e, na música, tem o Canto Alegretense que já virou hino do Rio Grande.
Recordista em CTGs e escolas de dança clássica e piano, este é o meu Alegrete, famoso por tudo e por nada, reconhecível pela sua "diferença" no cenário gaúcho.
A cidade grande, com seus teatros, bares e festas famosas absorve-nos num conveniente anonimato, possibilitando maior crescimento individual. Nossa alma gaudéria , no entanto, revigora-se a cada volta, revendo os amigos, recebendo cumprimentos afetuosos pelas ruas, inteirando-se do destino de cada um e da cidade - berço de todos.
O céu de Alegrete é mais próximo, as estrelas mais brilhantes e a lua cheia ilumina, escandalosa, cada recanto do pago. É um verdadeiro planetário à noite e uma festa luminosa durante o dia, quase sempre com "céu de brigadeiro".
O verão é mais quente, o inverno mais gelado e o Minuano serpenteia com gosto por entre o Ibirapuitã e o Caverá.
Isso faz da nossa gente gaúchos mais campeiros, prendas mais faceiras, poetas mais inspirados e escritores mais "modestos", como esta que vos fala e que, modéstia à parte, também é alegretense. Ainda bem!









Um comentário:

Félix disse...

A perfeita fotografia sentimental, de quem partiu e não apagou seu passado.