terça-feira, 29 de janeiro de 2013

FLORBELA ESPANCA

O meu amor

Trago dentro de mim, amortalhado,
Um amor de tragédia, extraordinário,
Amor que é uma cruz sobre um Calvário
Onde o meu peito jaz crucificado!

Amor que é um rosal, já desfolhado,
De pétalas dum branco funerário,
Amor que tem os gelos dum sudário,
 E as chamas dum inferno não sonhado!

Amor que compreende mil amores,
Amor que tem em si todas as dores,
Amor que nem eu sei o que ele encerra...

Amor de sacrifício e de saudade,
Amor que é um poema de bondade,
Amor que é o maior amor da terra!
 
 
 
 
 

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo texto de Florbela Espanca! Sinto saudades do meu tempo da faculdade de Letras na UFSC. Elizabete