sábado, 25 de fevereiro de 2012

DONA CORUJA

     Amanhecer na praia é uma maravilha! Mesmo para quem não tem vista para o mar, admirar as cores do céu e o vôo dos pássaros faz um bem enorme para a alma.
     Nossa praia, felizmente, ainda não permite a construção de prédios altos; então, para nosso deleite, os pássaros são abundantes e o sol generoso.
     Aqui em frente há um grande terreno à venda onde, futuramente, deverá surgir mais um edifício. Por enquanto, quem vive nele é uma família de corujas. Confesso que ainda não tinha visto uma coruja assim bem de perto e tampouco conhecia seus hábitos. Não sabia sequer que seus ninhos são construídos num buraco no chão.
     Agora, tenho acompanhado uma família dessas avezinhas e constato que elas são bem mais jeitosas do que representadas nas gravuras.
     Na referida família tem um pai, uma mãe e três emplumados filhotinhos. Diariamente eles recebem aulas de vôos dos pais, bem como de autodefesa. Basta uma pessoa ou animal se aproximar para começar a piadeira, em alto e bom som, até os pequeninos correrem de volta para o buraco.
     Hoje pela manhã eles receberam a visita de um quero-quero, que foi despachado aos gritos pela mamãe coruja. Para fotografá-los, tivemos que enfrentar muito protesto também.
      Eu já conhecia a história dos filhotinhos de coruja devorados pelo gavião, a partir de uma informação errada, quando ela os descrevera para o predador como "lindos" e ele não os reconheceu. Por essa razão sacramentaram o termo "mamãe coruja" para quem sempre acha seus filhos os mais lindos de todos.
     Só que a coruja não é só isso. Ela é também protetora, não sai de perto de sua prole enquanto não os sente capazes de se virar sozinhos. Aliás, ainda não sei quando isso se dará, pois eles continuam vivendo juntos (depois eu conto).
     Num mundo em que não vemos mais nem borboletas na cidade, poder acompanhar de perto as corujinhas é um raro prazer.  Eu só tive essa oportunidade agora, mas minha netinha de três anos já saberá esclarecer os coleguinhas quando a avezinha aparecer nas historinhas da escola.
      Depois dessa experiência e do que pude observar, tive que concluir: sou mesmo uma mãe coruja! E quem não é?!



Um comentário:

Maria Luiza Vargas Ramos disse...

Eu não disse que tu ias fazer sucesso corujinha?
Já saíste até no jornal...