segunda-feira, 7 de novembro de 2011

POBRE DALVA!



Assistindo à minissérie “Dalva e Herivelto”, sobre a vida da cantora Dalva de Oliveira e do também cantor e compositor Herivelto Martins, não pude deixar de constatar que Dalva foi uma pobre mulher em todos os sentidos, a despeito da belíssima voz e reconhecido talento musical.
Pobre de dinheiro, pobre de auto-estima, pobre de orgulho, pobre de classe, pobrezinha! Daquelas mulheres que a gente logo sente “pena”, porque não conseguem dominar nem a si mesmas quanto mais ao homem amado.
Acho impossível con-viver num tipo de relacionamento como o deles, tanto é que teve o fim trágico e melancólico que teve. Crises de ciúmes diárias, lágrimas diárias, barracos diários, acusações constantes, gritos, quebra-quebra, como criar filhos ou polir uma carreira desse jeito?!
De certa forma, dá até uma certa inveja da capacidade de SENTIR assim. De se rasgar de ciúmes, de se ajoelhar aos pés do traidor suplicando que não a abandone, de perdoar sempre, de não ter olhos, boca ou ouvidos para mais nada que não seja para aquele amor doentio. Deve ser um martírio, mas tenho até curiosidade de saber como é ter esta capacidade de sentir.
Não consigo me imaginar aos pés de um homem implorando amor, implorando para que não se vá, dilacerada de ciúmes das outras mulheres. Não poderia viver este papel, já que sou do tipo que vira as costas e sai andando, sem nem olhar para trás, por mais que doa, por mais que seja difícil, por mais que custe.
Creio que o ambiente artístico, as noitadas de bebidas, cigarros, músicas, com coristas seminuas nos casinos, tudo isso serve melhor de pano de fundo para estes dramalhões.
Herivelto era um compositor de sucesso, bem apessoado, bem relacionado e extremamente mulherengo.
Dalva tinha origem humilde, voz maviosa que foi polida por ele e era extremamente ciumenta.
Mistura bombástica, portanto. Impossível de resultar em boa coisa.
O que mais me chama a atenção, todavia, são as cenas de ciúme, a gritaria, os desacatos e depois uma violenta relação sexual “para acalmar os ânimos”.
Pobre Dalva. Grande Dalva!

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