domingo, 16 de janeiro de 2011

FORMIGAS ATÔNITAS

           Por diversas vezes citei aqui a necessidade de viajarmos de avião e olharmos pela janelinha. É um choque de insignificância necessário para certos egos.
          O que vemos além das nuvens? Grandes matas, grandes rios, grandes extensões de terra e pequenos redutos de casas e formiguinhas feito carros, caminhões e gentes espremendo-se entre elas. Pois essas somos nós, com nosso "imensos" problemas, um nada diante do que nos cerca.
          Além dessa constatação, tenho refletido sobre outro aspecto: como esses seres minúsculos conseguem prejudicar tanto uma natureza tão majestosa? Será que realmente causamos tanto estrago assim? Mesmo sabendo que a maioria do planeta jamais foi sequer visitado por um ser humano?
          Nesses primeiros dias do ano ficamos catatônicos diante da TV assistindo ao maior desastre natural ocorrido em nosso país. Como uma avalanche, um tsunami, a serra carioca praticamente foi varrida do mapa, com toda sua gente, suas belezas, suas riquezas.
          Como sempre acontece nesses casos, atos de bravura, de coragem, de solidariedade multiplicam-se e resgates milagrosos acontecem.
          Quem fica? Quem vai? Quem determina?
          Mais uma vez, diante da arrogância e prepotência de muitos, fica patente que não somos nada, não temos poder algum diante de uma natureza enfurecida e frente a uma tragédia dessas não passamos de formiguinhas atônitas.
           Essa é a verdade.

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