quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

LEIS PARA MINORIAS

             Nosso Brasil está sempre à frente de tudo, inventando moda, criando (ou copiando) leis estapafúrdias (algumas consagradamente fracassadas em seu país de origem), procurando soluções rápidas e fáceis, ainda que quase sempre ineficazes, para seus continentais problemas.
             Um país pródigo em cotas, por exemplo, desassistindo a maioria da população. Isso sem falar nas cisões profundas que cria em seu povo, originário de todos os continentes, miscigenado até a raiz dos cabelos (notadamente nelas) e que vinha tentando uma convivência fraterna, com aceitação implícita das diferenças, até que as tais leis e cotas separaram os grupos e os colocaram uns diante dos outros.
              Por exemplo, daqui a pouco será mais fácil para um negro entrar numa universidade pública do que para um branco. E as chances deveriam ser as mesmas, já que todos são iguais perante a lei dos homens e de Deus.
               Mesmo justas, as cotas terminam por ser injustas para com muitos desprovidos de sorte ou oportunidade na vida.
               Vejo na TV que agora o Conselho Nacional de Justiça está promovendo uma campanha (válida, na verdade) visando à colocação de ex-detentos no mercado de trabalho.
                Não posso deixar de pensar naquelas pessoas que nunca cometeram um delito, que a duras penas se mantêm honestas e mesmo assim não conseguem emprego, apesar da procura incessante.
                Essas empresas que estão apoiando o CNJ (e certamente obtendo benesses significativas) poderiam também olhar para esses jovens cuja única arma é a Carteira de Trabalho (em branco).
                A impressão que fica é que em nosso país só se consegue alguma coisa se alguma bandeira for levantada, se for divulgado na mídia, se for criada uma ONG, se pintarem camisetas com gritos de ordem, se fizerem passeatas de mãos dadas.
                Não me parece justo que as minorias se sobreponham às maiorias e que a discriminação permaneça, apenas com lados alternados.
                Para realizar seus sonhos não deve ser obrigatório ao brasileiro ser negro, pobre, oriundo de escola pública, com mais de cinco filhos na escola e, se possível, ex-presidiário.
                Se for tudo isso e se realizar, bom para ele. No entanto, se não estiver inserido em nenhuma dessas características e, mesmo assim, for honesto, esforçado, responsável e trabalhador, penso que deveria também ser lembrado nesses programas de trabalho e estudo, pois também é brasileiro, ainda que faça parte da esmagadora maioria.

Um comentário:

Anônimo disse...

um dos textos mais preconceituosos que já li