Aprendemos na escola que em nossa república de bananas temos
três poderes que decidem os destinos do povo e dessa tentativa de ser nação.
Acima deles só mesmo a caneta quase sempre equivocada do presidente. Abaixo a
barriga inchada dos deputados, senadores, vereadores e seus milhares de cargos
de confiança, laranjas, verbas de gabinete, mordomias e cabides de emprego. E
bem lá embaixo o povo, uma minoria no salve-se quem puder, tentando desviar das
balas e das facas da bandidagem, que eclode como pipoca nas favelas e,
principalmente, após os bailes funks, numa fábrica de monstrinhos que serão
jogados na rua tão logo seus criadores resolverem dar vazão a mais hormônios e a
fabricarem outros.
O poder legislativo é fértil, ávido por criar leis e não há
papel que consiga registrar tantas leis, parágrafos, adendos e ressalvas. Leis
punitivas, coercitivas, seletivas, que impedem o cidadão de bem de sair do
riscado e dificultam ao máximo sua ascensão profissional. Leis que protegem as
maiorias (minorias somos nós), que defendem os menores infratores, que atenuam
todas as sanções, que dificultam o trabalho da polícia e que deixam as famílias
à mercê desses arremedos de demo que saem matando, roubando, vingando-se nas
pessoas de bem dos pais cachorros e irresponsáveis que tiveram. Seria o caso de
uma esterilização em massa, vasectomia em toda a bandidagem e em todo
desocupado que vive em busca dos incautos, dos indefesos, dos esforçados para
conseguir, num crime, o que o outro levou meses trabalhando de sol a sol para
adquirir.
O executivo virou sinônimo de corrupção, de faz de conta que
eu não sei; de deixa pra lá; de não toca nos meus gastos vai cobrar do povo; de
errei, mas quem vai pagar pelo meu erro serão os trabalhadores, com juros,
impostos e cortes de direitos adquiridos; de fiz, mas os outros também fizeram;
de prometi sabendo que não poderia cumprir porque precisava ganhar a eleição:
de isso vem de muito longe para justificar suas falcatruas; de enriquecimento
ilícito; de superbonder nas tetas do
poder valendo tudo para não largar; enfim, uma piada monumental em que ninguém
mais acredita, nem confia.
E o judiciário é tão inapto quanto, permitindo que existam
castas sociais até nas cadeias, com depósito de presos totalmente improdutivos,
vivendo amontoados e recebendo todas as refeições sem mover uma palha para
isso, fazendo escola de crime, corrompendo guardas, recebendo visitas de
advogados de porta de cadeia, tão ou mais bandidos que eles na entrega de
celulares, drogas e recados perigosos. Mas cuida para que as famílias dos
condenados (que famílias que nada!) recebam mais do que os trabalhadores
honestos, que os chefões do tráfico vivam com regalias e que os ladrões da
nação, com colarinhos brancos, coberturas e fortunas em paraísos fiscais
desfrutem de todo o conforto “a que têm direito”.
Esse mesmo judiciário permite que assassinos recebam
massagens, chás alucinógenos e façam meditação, enquanto as famílias de suas
vítimas jamais tiveram o consolo de uma visita especializada que as ajude a
suportar a dor, a falta, a saudade daqueles infelizes que perderam a vida nas
mãos criminosas deles.
Prisões de trabalhos forçados, fabricando tijolos,
plantando, colhendo, construindo coisas, lendo, estudando para poder enviar
algum recurso para suas famílias. Eles é que devem se esforçar para isso, não a
sociedade que é sua vítima preferencial. Que trabalhem na cadeia tudo o que não
trabalharam fora dela, para que durmam bem cansados e aprendam o que é preciso
para se ter alguma coisa na vida.
Apoio irrestrito a todos que desejam evitar filhos, ligando
trompas e fazendo vasectomia de graça, como em campanhas de vacinação, para que
diminuam essas hordas de pequenos infratores que, aos doze, treze anos já sabem
enfiar uma faca no peito de quem não lhes fez mal algum, para conseguir o que
querem, ou para comprar drogas.
É claro que educação é fundamental! Que educação é a melhor
porta e a mais eficaz. Só que, para isso, os educadores têm que ser
respeitados, pagos condignamente e não enviados a trabalhar para ouvir
desaforos e até apanhar dos alunos por uma merreca no final do mês.
Ninguém mata porque está com fome. Deixem de demagogia!
Nosso país vive uma falência múltipla dos poderes.
Soluções existem, o que não existe é vontade, firmeza e
honestidade para fazer tudo funcionar.
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