Quando se usa esse termo logo se pensa em coisa ruim,
drogas, discussões. Mas não é só disso que se trata. Emoções fortes, alegria
excessiva, compromissos demais, horários rígidos, notícias boas e más, tudo
pode causar uma overdose, com resultados inesperados.
Há quem infarte depois de uma tragédia e também após a
concretização de um sonho. Por isso, todo cuidado é pouco em relação às
emoções, principalmente para as pessoas sensíveis, capazes de sentir
profundamente cada acontecimento e até de se colocar no lugar do outro.
Depressões, pânico, tudo pode surgir depois de estados de
euforia, de angústia, ou de medo.
Vivemos cuidando do corpo, fazendo dietas, escolhendo comida
e damos tão pouca importância à nossa porção mais significativa, capaz de nos
diferenciar uns dos outros e também dos irracionais.
Geralmente, nos referimos com desdém às técnicas de
meditação, ao poder da oração, à necessidade de nos ouvirmos com mais
frequência. Parece que só existem dois tipos de pessoas: as normais e as doentes
mentais. Ledo engano! Entre uma e outra existe um sem número de alterações,
algumas incapacitantes, outras que apenas nos fazem sofrer.
Por medo da discriminação, muitas pessoas sofrem em
silêncio, entopem-se de remédios, passam noites insones, choram escondidas.
Porque a gordura ou a magreza são mais facilmente toleradas socialmente do que
os males da alma. Os defeitos físicos são aceitos, compensados, já os problemas
mentais, as tristezas crônicas, a bipolaridade, tudo isso é jogado numa vala
comum e seus portadores considerados fracos, bobos, incapazes.
As pessoas más, violentas, insensíveis são mais justificadas
em seus atos do que as pessoas frágeis, sensíveis, entristecidas. Aos primeiros
buscam-se razões na pobreza, na carência, nos maus tratos; aos segundos,
atribuem-se fraquezas, debilidades, falta de vontade.
Overdose de amor, de solidariedade, de compreensão, de
fraternidade – é disso que o mundo precisa!
É disso que precisamos todos nós!
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