Uma homenagem a quem tornava os bailes de Carnaval no Casino muito mais animados!
Por um desses encontros do mundo
virtual, em um site de relacionamento encontrei fotos que mexeram no meu baú de
gratas recordações e as comentei. Conversa vai, conversa vem e recebi a
incumbência de escrever sobre este conjunto musical da década de setenta, que
pode ser considerado a trilha sonora da minha adolescência e juventude.
Conheci o Lahir em festas familiares,
pois a irmã dele (dona Ernestina) morava em frente à nossa casa e ele costumava
tocar piano nos aniversários.
Conheci o Honório como fotógrafo e
“galã”, no caminho da minha aula de piano, ali na Andradas.
Conheci o Deio no Oswaldo Aranha,
fomos colegas por muitos anos e até namoradinhos na infância, no tempo em que
as crianças não “ficavam”, apenas se declaravam namoradas umas das outras.
Nossa maior intimidade era que ele estava me ensinando a tocar piston (tocava
na banda marcial do IEOA) e eu retribuía ensinando-lhe piano.
Pipoca e Pipoquinha, Fernando e o
baterista só conheci já nos bailes, depois do debut.
Não preciso nem dizer com que emoção ouvia
o pout-pourri que abria
os bailes e depois nos embalava noite adentro, com a voz bonita e afinada do
Honório e os instrumentos tão bem tocados. Semicerrando os olhos sou capaz de
rever tudinho, ouvir a música e até sentir o perfume dos salões.
Logo me encantei
com a execução de Aline e fui comprar
o disco na loja do seu Moojen. Disse a ele que ainda achava mais bonito com o
Honório cantando e ele deve ter contado, pois no sábado seguinte despertei no meio
da noite com a mais linda serenata enchendo a Mariz e Barros e fazendo com que
muitas mocinhas suspirassem do lado de dentro das janelas, pois todo o conjunto
do Lahir tocava em frente à minha sacada e Honório caprichava na Aline para mim. Meu pai não me permitiu
aparecer e tive que agradecer por detrás da vidraça, o que foi muito frustrante,
mas a recordação se eternizou e a emoção também.
Ao som do LBS
dancei em meus primeiros bailes, flertando, escolhendo, colando o rosto,
disputando concursos de dança com o Newton Carús, maltratando os pés nos
sapatos de verniz, pressionando minha avó para tricotar para o « baile do
blusão » e parece que a sensibilidade do Lahir sabia bem que música tocar
em cada momento da noite, proporcionando grandes encontros e grandes romances.
Mais tarde, já
casada, dancei em muitos bailes ao som do mesmo grupo e os melhores carnavais
da minha vida foram animados pelo LBS. « Pombo Correio », « É
Fantástico ! » e as inesquecíveis « Máscara Negra » e
« Jardineira » enchiam o salão do clube e nos permitiam desfrutar
durante quatro noites do melhor carnaval de salão da fronteira oeste.
Às vezes o
Presidente do clube inventava de contratar músicos de fora para animar os
bailes. Assim, LBS tocava num clube e o conjunto de fora no outro. Nós sempre
procurávamos aquele onde Lahir e seus rapazes estavam tocando, pois era sempre
mais animado.
Depois, ainda ao
som do LBS meus filhos curtiram seus primeiros bailes infantis. É, portanto,
uma linda história de vida que tenho com este grupo musical que ainda lançou o
Deio como garoto-prodígio, uma revelação musical ainda menino.
Quando Paulo
Antônio me convidou para escrever sobre o LBS (depois LBS-8) fiquei inicialmente
maravilhada, depois saudosista e, por fim, insegura. Afinal, todo mundo gosta
de saber as histórias de alcova, de boemia e dessas eu não sei nada, pois seu
Ramos era linha duríssima e não permitia muita proximidade com os músicos
(mesmo assim dancei algumas vezes com o Honório).
Deixo aqui, portanto, um depoimento
sobre a visão feminina e romântica da minha geração e o quanto Lahir e seu
conjunto inspirou e musicou a mais bela fase da nossa vida.
Obrigada LBS-8 ! Certamente vocês fazem
parte das nossas mais gratas recordações nos idos tempos do nosso
Alegrete !
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