Até Jesus
Cristo precisou de uma avó para lhe adoçar a infância.
No dia de Sant’Anna, uma homenagem a todos os avós e a todos os netos que podem usufruir desse aconchego e dessa atenção que só os avós têm tempo e disposição para dar.
No dia de Sant’Anna, uma homenagem a todos os avós e a todos os netos que podem usufruir desse aconchego e dessa atenção que só os avós têm tempo e disposição para dar.
E já
que é o dia dos avós, vamos refletir um pouco sobre essa idade, que nada tem de
linda, a não ser o fato de acompanhar o crescimento e o desabrochar dos netos.
Quando
éramos crianças, o livro “Pollyanna” fazia muito sucesso. Era uma menina que só
via o lado bom das coisas, como uma plaquinha que tinha minha casa e dizia “se
a vida lhe der um limão, faça uma limonada”.
Depois,
à medida que crescemos, surgiu o “Pollyanna Moça” nos preparando para
enfrentarmos as adversidades e descobertas da adolescência sem reclamar e sempre
procurando o melhor lado e algum ensinamento em todas as situações. Acho até
que esses livros foram escritos sob encomenda de alguns pais...
Reflito
agora que o autor deveria ter escrito uma Pollyanna Mãe, Pollyanna na menopausa,
Pollyanna sogra, Pollyanna velha, Pollyanna avó e por aí afora. Porque
precisamos ser muito Pollyanna para encarar as transformações (sempre para pior)
da “melhor idade”.
Claro
que existem exceções! Bom para elas. Gente que continua elegante, linda,
saudável, com a mesma cara, o mesmo corpo e saúde a mil até morrer. Mas são
exceções.
A maioria
dos avós e das pessoas que, sem serem avós teriam idade para sê-lo, precisa ir
se acomodando, se resignando, se ajustando às transformações da pele, dos
cabelos, do sono, dos movimentos, dos sentidos e à quantidade de medicamentos
que vão se somando à rotina e predominando na mesa das refeições.
O
que salva, o que compensa, o que encanta é a nova geração invadindo sua casa,
sua vida, seu colo, com aquelas vozinhas que são a melhor sinfonia para seus
ouvidos, aqueles olhos doces e observadores, as mãozinhas macias no seu rosto,
ou segurando firmemente a sua mão, o abraço forte do neto que cresceu e já
consegue proteger, amparar, cuidar. Tudo isso neutraliza os fios brancos nas
têmporas dos filhos e a saudade de tê-los ainda em casa, no quarto ao lado,
brigando e brincando no pátio, no carro, no sofá, ou invadindo a sua cama nas
manhãs.
Avós são muito necessários, pois só eles levam
a sério todas as histórias, todas as perguntas das crianças, sentando para
conversar, olhando nos olhos, prestando atenção e dando sempre a resposta
tranquila e segura que eles precisam, sem reprimendas, sem elevar a voz, apenas
dialogando.
As
mãos da avó são termômetro, são bálsamo, são magia quando transformam
ingredientes em gostosuras. E é incomparável o brilho e a atenção daqueles
pares de olhos miúdos quando contamos histórias ou tocamos piano para eles.
Sempre
disse que nasci para ser mãe. Ainda digo.
Mas
constato que nasci para ser avó também!
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