Nem todas as mulheres nasceram para serem mães, como sempre
apregoaram.
O tal instinto maternal, talvez, seja apenas um instinto
presente em pessoas de bem, pessoas amorosas, pessoas protetoras.
Se a maternidade fosse o destino final de todas as mulheres,
por desejo e vocação próprios, não veríamos bebês sendo jogados no lixo, crianças
abusadas sexualmente dentro de casa, crianças espancadas, torturadas,
abandonadas à própria sorte.
Nas classes mais altas, quando a mulher é mãe sem verdadeira
inclinação, mãe para agradar a família e a sociedade, a maternidade gera lares
desajustados, crianças tristes e a mãe, por qualquer desculpa ou proposta
melhor, abandona a família e vai cuidar da própria vida.
A natureza nem sempre é sábia e, muitas vezes, nega a
maternidade a quem tem uma reserva imensa de carinho e paciência, sufocada a
duras penas até transbordar na adoção.
Já outras, cuja fertilidade é incontestável, pouco têm a
oferecer aos seres que colocam no mundo.
O comércio endeusa as mães, os filhos endeusam as mães que,
para eles, são sagradas pelo simples fato de lhes ter dado a vida. Só que nem
todas merecem essas homenagens e nem todas as sabem valorizar.
Ser mãe é também se sentir eternamente responsável pelo
filho que gerou e ter um coração multiplicador de ternura, paciência e amor,
capaz de distribuir harmoniosamente seu carinho e sua proteção a um, dois ou
dez filhos.
Eu tenho uma mãe maravilhosa!
E procuro ser uma grande mãe para os meus filhos, já que
nasci para isso.
Agora, quem não sentir essa capacidade de doação extrema, de
responsabilidade constante, de renúncia, é melhor não colocar mais seres
infelizes no mundo.
Existem homens que são mais mães dos que as próprias mães.
Mas isso já é assunto para outra crônica.
Reflitamos!
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