Hoje, durante o almoço, eu e Paulo comentávamos sobre
as “preferências” alimentares dos netos – ele tem quatro, eu tenho dois e mais
três estão a caminho para 2013.
Falávamos sobre o que cada um gosta e não gosta de
comer e como fica difícil hoje em dia, montar um cardápio que agrade a todos.
Lembramos que, no nosso tempo de crianças e jovens,
bem como no tempo da criação dos nossos filhos, não havia isso de adaptar as
refeições ao gosto de um ou outro. A comida era determinada, ou feita pela dona
de casa e todos deveriam prová-la ao menos. Com exceção dos casos de alergia
alimentar ou alguma outra dieta restritiva, todos sentavam à mesa e comiam de
tudo. Claro que gostavam mais de alguma comida, ou doce, mas comidas especiais
nunca eram feitas apenas pelo paladar de algum membro da família.
Hoje a coisa mudou de figura. Muitas crianças têm
vícios alimentares, recusam-se a provar alimentos novos, passam longe das
verduras e frutas e se entopem de batata frita e chocolate, em suas diversas
versões.
A tradicional garrafa, ou jarra de água gelada,
onipresente nas mesas de antigamente, foi substituída por refrigerantes ou
sucos açucarados.
A passada obrigatória no lavabo para lavar bem as
mãos com sabão antes de sentar à mesa está cada vez mais esquecida, inclusive
pelos adultos.
O manejo dos talheres, a utilização do guardanapo, o
prato vazio com o mínimo possível de sobras, tudo foi sendo deixado para trás.
Assuntos amenos, comer de boca fechada, pedir licença
para levantar, parece coisa de filme em preto e branco.
O legal é comer no colo, diante da TV ligada, encher
demais o prato e deixar bastante sobras, afastar para um lado tudo o que for
diferente e engolir sem mesmo olhar para o que está comendo, de olho no filme,
enchendo a barriga dos sucos ou refrigerantes.
Ficamos refletindo, então, nas causas para tamanha
mudança e concluímos que a falta de cozinhar em casa é a grande responsável.
Quase ninguém mais faz comida em casa e nos restaurantes, com aquela variedade
de alimentos oferecidos, fica fácil comer só o que gosta, sem ousar conhecer
alimentos novos.
Além disso, há a famigerada comida pedida por
telefone, que se limita a pizzas e fast
foods na maioria das vezes.
Bebês comendo apenas papinhas industrializadas,
crianças viciadas em hambúrgueres, adultos achando que comida japonesa de vez
em quando supre todas as suas necessidades nutricionais. Resultado: anemia,
obesidade, carência de minerais e vitaminas e, sobretudo, muita dificuldade de
se alimentar na casa dos avós , ou de quem ainda tem o hábito de comer comida
“de verdade”.
Sinal dos tempos... e na sua casa, é diferente?!
Nenhum comentário:
Postar um comentário