sábado, 26 de março de 2022

PRECONCEITOS

 

                     Nunca se procurou tanto combater os preconceitos como agora.

            Os jovens, em sua grande maioria, já são bem menos preconceituosos, principalmente quando possuem uma família contrária à toda forma de preconceito.

                    O preconceito racial é o mais antigo, certamente surgido a partir da escravidão.

                   Dizem os antropólogos que o homem surgiu na África e depois foi se espalhando pelos continentes. Mesmo assim, muitos países ainda mantêm muita discriminação pela cor da pele dos povos de origem africana.

                  No Brasil, vivemos um momento de destaque para a raça negra. Finalmente eles puderam protagonizar novelas, comerciais e os racistas já recebem punição. Num povo miscigenado como o nosso, seria até um contrassenso ter preconceito racial. À exceção dos três estados do Sul do país, onde os imigrantes europeus foram dominantes, pelo clima mais frio e mais semelhante ao dos seus países de origem, no restante do Brasil predomina a cor morena, mulata, parda ou preta. E são esses brasileiros que representam a maioria do povo mundo afora.

                 Ainda assim, volta e meia ficamos sabendo de casos de racismo aqui e acolá. Hoje em dia são punidos, no entanto continuam existindo. Já foi pior, mas ainda existem.

                Estamos vivenciando, mesmo à distância, os horrores da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Na verdade, nem é bem uma guerra. É mais uma invasão da Rússia sobre a Ucrânia. Uma guerra de um homem só, uma guerra quase pessoal do Putin, apesar das manifestações contrárias ao redor do mundo e também no seu próprio país. Pelo crime de não quererem voltar a pertencer à Rússia e manifestarem o desejo de se filiar à OTAN, como os demais países europeus, a Ucrânia tem sido massacrada pelo exército russo.

             Os ucranianos fogem para os países vizinhos, os que podem fugir: mulheres, crianças e homens com mais de sessenta e cinco anos. Muitas crianças precisam deixar para trás sua casa, seus brinquedos, sua escola e seus pais.

              Sabe-se que refugiados sempre existiram e continuam existindo. Gente que foge das guerras, das bombas, dos tiranos, da fome. Muitos morrem nas travessias de barco e tantos outros não são recebidos em país algum. Quando os recebem, colocam logo uma cerca de arame impedindo que avancem sobre as cidades e raramente são aceitos como cidadãos no país onde chegaram. O Brasil é um dos países que ainda recebe com dignidade os refugiados, embora sob protesto de alguns.

                Os refugiados da Ucrânia, apesar de toda a dor de precisarem sair da sua terra, são muito bem recebidos pelos países da Europa. Pessoas viajando muitos quilômetros para oferecer carona, hospedagem, alimentos. Ônibus e trens seguros fazendo o transporte e até comida e brinquedos para as crianças na chegada do outro lado da fronteira. Muitas famílias recebendo os refugiados em suas casas e tentando minimizar o sofrimento de quem precisou sair do seu país.

                 Por que com os sírios, os africanos, os haitianos e os afegãos, por exemplo, foi tão diferente?

              Por que os negros e os estrangeiros só puderam embarcar nos trens depois de todos os ucranianos?

                Será uma forma de preconceito? Uma demonstração de xenofobia?

                Dá para se pensar...

 


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