Em
primeiro lugar, quero homenagear a minha mãe – Dona Conceição – que, do alto
dos seus quase 101 anos de vida, está tendo que se adaptar aos rigores dessa
pandemia, usando máscaras e ficando distanciada de boa parte da família de quem
sente muita saudade. Extremamente lúcida, fica atenta às notícias e sofre
quando pensa em cada vítima desse vírus terrível. Não aceita se alienar, quer
saber de tudo. Ouve os noticiários na TV e ainda no rádio de cabeceira. É uma
mulher forte.
Depois,
minha homenagem vai para as mães dos meus netos, os maiores tesouros que tive
na vida depois dos meus filhos. Mães dedicadas que estão na luta para manter
seu trabalho e dar conta das crianças em casa. Agora, agregaram às suas tarefas
ainda a de professora.
De
uma maneira geral, desejo homenagear todas as mães que estão sofrendo com essa
pandemia, com as mudanças radicais em seus estilos de vida, além do temor do
presente, da incerteza quanto ao futuro e da angústia de quererem proteger seus
filhos sem saberem exatamente como.
Minha
homenagem às mães idosas que estão sozinhas, isoladas, confinadas em suas casas
à guisa de proteção e hoje não poderão abraçar seus filhos, nem os netos
queridos, precisando se conformar com vozes e imagens numa telinha fria.
Um
abraço carinhoso, mesmo de longe, às mães que perderam seus filhos para essa
doença cruel, ou que sofrem sem vê-los enquanto eles lutam para sobreviver nos
hospitais, tão distantes do carinho e da proteção delas. Essas mães são as que
mais sofrem, sem dúvida.
Rezo
pela mães que estão doentes, isoladas nas UTIs ,lutando para sobreviver e sem
saber se um dia voltarão a ver seus amados e sua casa.
Meu
conforto para as mães dos profissionais da saúde que pedem aos Céus dia e noite
para que seus filhos não se contaminem e não paguem caro demais pela profissão
que escolheram.
E o
que dizer das Mães que passarão seu dia longe dos filhos, nos hospitais,
cuidando dos filhos de outras mães e das mães de outros filhos?! Que Deus as
guarde e defenda!
Um
carinho especial para as futuras mamães, que guardam em seu ventre seu bem mais
precioso e que não terão o consolo da presença dos familiares nos exames, nem
no parto, passando sozinhas por esse momento tão significativo, sem poder
dividir sua emoção e seu medo do futuro. Que Deus as proteja e reserve um mundo
melhor a essas pequenas vidas que elas trarão a esse mundo.
Mães
longe dos filhos. Filhos longe das mães. Dia das Mães esvaziado de sentido.
Novos tempos. Incerteza. E nem mesmo a segurança de que estamos fazendo o certo
e que essa é mesmo a melhor forma de proteger as pessoas dessa pandemia cruel.
Afirmações desencontradas, esperanças que se desmancham no dia seguinte,
orientações que mudam de lado a toda hora e a humanidade caminhando de um lado
para outro, seguindo nas direções apontadas, como uma boiada perdida sem um
condutor firme que realmente conheça o caminho mais seguro a seguir.
Assim estamos nós nesse Dia das Mães.
Melhor
lembrar os bolos, os doces, as flores, os sorrisos, os presentes, a mesa cheia,
o abraço bem apertado, o barulho das crianças, a ternura, o afago num tempo sem
medo.
Quem
sabe, um dia, a vida volte ser como era antes.
Quem
sabe, com sorte, nós estaremos ainda aqui para apreciá-la.
Um
Dia das Mães possível a todas nós!
2 comentários:
Parabéns amiga! Quem sabe volte tudo ao normal
Amiga querida, certeira como sempre soubeste traduzir meus sentimentos no dia de hj. Vai passar e Deus permita que a humanidade faça o seu exame de consciência tão necessário e urgente. Bjs no teu coração 🤗
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