Olhar pra trás.
Nem sempre é bom, todavia, para se construir uma
retrospectiva de um período, faz-se necessário.
Nesse ano, nosso país se perdeu nas mãos de maus
administradores e pessoas profundamente desonestas. Perdemos o orgulho de
sermos brasileiros e nos vimos amedrontados pela violência crescente e pelos
desmandos de toda ordem. O ponto positivo foi a Polícia Federal ter conseguido
destampar a panela fétida da corrupção e mostrar ao povo quem são os safados,
os ladrões, os corruptos. Prendeu muitos deles, embora certo Ministro tenha o
mau hábito de libertá-los... Cabe à PF, inclusive, a distinção de ser uma das
únicas instituições que ainda mantém credibilidade nesse país devassado pelos
malfeitores.
A natureza andou revoltada com o descaso do homem, com o
excesso de lixo, com o desmatamento irresponsável e resolver assustar.
Tempestades, furacões, vulcões, ressacas mostraram a nossa pequenez diante das
catástrofes naturais.
Alguns líderes internacionais, de países poderosos, perderam
o bom senso e a cautela e colocam em risco a paz mundial. Além disso, o
fanatismo religioso continua vitimando inocentes.
O câncer se espalha descontroladamente, causado, quem sabe,
pelos hábitos de vida poucos saudáveis, pela poluição, pela contaminação do ar
e dos alimentos. Muitas famílias choram e se preocupam com essa doença
terrível.
Os valores estão sendo postos em cheque num país que não
incentiva a leitura, que não apresenta às crianças a boa música, que fomenta o
erotismo nas crianças e jovens e que quer se dizer moderno quando tenta abolir
todas as leis, toda a moral, todo o respeito por si próprio e pelo outro. Um
país que não respeita os professores, que menospreza os idosos, que explora os
aposentados, que mata os policiais que defendem a população e onde armas e
drogas constituem a argamassa dos morros e favelas.
Infelizmente, chegamos ao ponto do cidadão de bem ficar preso
em casa, enquanto os malfeitores desfilam soltos e fortemente armados por onde
querem. Um lugar onde nosso salário não pode comprar coisas boas e bonitas e,
quando pode, não pode ostentá-las por conta da cobiça da bandidagem. Um lugar
onde as crianças já não podem andar um quarteirão sequer sozinhas e são
assustadas em casa desde pequenas, para que aprendam a se proteger e defender.
Esse é o Brasil de 2018.
Mas não só esse. Existe ainda outro. Um país onde pessoas
fazem trabalho voluntário nos asilos e nos hospitais. Gente que se dispõe a
cozinhar e distribuir alimentos para moradores de rua. Professores que dão
aulas gratuitas a jovens carentes que tentam acessar a Universidade, escritores
que doam livros para bibliotecas e escolas sem recursos, procurando alargar os
horizontes e formar cidadãos. Gente boa que trabalha no campo produzindo
alimentos. E ainda há muitos que procuram praticar o bem.
Meu ano pessoal foi bom, porque tivemos saúde, tivemos união
e, mesmo o único pedacinho da família que se encontra circunstancialmente desgarrado,
se fez presente aqui neste final de ano, enchendo de alegria nosso coração
saudoso.
O ponto alto do meu ano foi, sem dúvida, ter recebido a Comenda Oswaldo Aranha,lá no meu Alegrete, onde vivi e revivi os melhores anos e as maiores
emoções da minha vida e pude desfrutar de um reconhecimento que costuma ser
apenas póstumo. Posso assegurar que, com vida e saúde, tudo fica ainda muito
mais valioso!
Na Feira do Livro de Porto Alegre lancei mais um livro, que agora somam catorze, sem contar as dezenas de Antologias em que
tive a honra de participar. Coube-me, também, falar sobre a saga dos escritores
independentes, o que me deu bastante satisfação por se tratar de um assunto que
conheço e vivencio anualmente. Meus livros nunca se pagam, sempre arco com um
déficit previsível e assim será até que eu possa fazê-lo. Recebi prêmios importantes em concursos, inclusive minha estrelinha LUME foi premiada no Rio de Janeiro e reconhecida no Museu de Astronomia, o que não é pouca coisa.
Completei sessenta e seis anos, tenho uma mãe admirável de
noventa e nove, três filhos que são para mim o suprassumo da minha existência, cinco netos maravilhosos, um marido companheiro, irmãos inteligentes, noras
dedicadas, sobrinhos amorosos, enfim, muito mais a agradecer do que a pedir. E a chegada da Mariana foi o ponto alto desse inverno.
depois de uma eleição presidencial tumultuada, a maioria do povo brasileiro conseguiu eleger seu representante, mesmo que tenham tentado matá-lo no meio do percurso e nele e no seu governo que inicia com o ano depositamos muita esperança de dias melhores, onde a honestidade, a Ordem e o Progresso voltem a ser a tônica do nosso país.
Tenho também uma memória seletiva que me protege e me livra de colocar
fermento em coisas ruins.
Graças a Deus!
E que venha 2019!
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