Que não me criei diante de um
computador é fato conhecido, principalmente dos meus contemporâneos.
Sempre fui resistente a tudo o que
fosse elétrico, eletrônico ou moderno. Por isso, meus filhos já usavam o
computador para estudo e eu ainda me ufanava da minha velha maquininha
portátil, que me auxiliara em duas teses acadêmicas. Da “tal máquina” eu só me
aproximava para tirar a poeira e botar defeitos.
Hoje, penso como teria sido a minha
vida, a minha adolescência, se já existisse o computador, a internet, a banda
larga. Eu vivia de castigo, proibida de
quase tudo e só tinha por perto irmãos homens. Certamente teria publicado meu
primeiro livro bem mais cedo. Quem sabe teria namorado um estrangeiro, viajado
para outros países, arranjado um emprego ou curso das tantas coisas que gostava
e que não havia na minha cidadezinha.
Enfim, seria diferente, com certeza.
Hoje, as pessoas se questionam sobre o
tempo gasto diante do computador e a perda do contato real com a vida e com as
pessoas. O “normal” seria ter um dia movimentado, maravilhoso e reservar algum
tempo para dar um alô aos amigos distantes, ou navegar na internet.
E quando o dia todo é chato e a melhor
hora do dia é esta que passamos aqui, com todos os amigos e leitores dentro da
máquina? Será anormal?
Não manejo com muita desenvoltura as
ferramentas para recebê-los melhor por aqui, mas o importante deve ser o texto,
a reflexão, algo que possibilite pensar e até discordar de mim.
Ainda vivo perdendo coisas por aqui;
este texto, por exemplo, está sendo reescrito no Word, pois já não é a primeira
vez que mando publicar e o blog some com tudo o que escrevi.
Mesmo assim, adoro saber que várias
pessoas passam por aqui, deixam comentários que levo muito a sério, outras
ficam escondidinhas atrás da cortina e eu me permito fantasiar sobre suas
identidades, mas sei que andaram por lá, leram e isso é o que importa.
Tempo virtual esgotado.
Hora de passear com a Pitty, que ainda
não domina o teclado e prefere latir para seus pretendentes.
Um comentário:
Olá, querida
Bom ler o que escreve... também entrei tarde no mundo virtual e não podemos mesmo depender dele pra tudo... ou seja, deixar de viver jamais!
Bjm fraterno
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