Hoje, esta
afirmativa do título remete apenas à aparência, ao lado físico das pessoas,
muito embora a alma possua mil e um exemplos concretos – e dolorosos – dessa
assertiva também.
Sempre ouvimos
dizer que, quem encontrava atores e atrizes nos aeroportos do Rio e de São
Paulo, tinha a maior decepção ao vê-los tão diferentes do que apareciam nas
telas, tão mais comuns, tão mais insignificantes, tão cheios de defeitos como
os mortais comuns.
Com o advento
do foto shop, tudo ficou mais perfeito ainda! Nada de marcas, cicatrizes,
celulites, dentes amarelos, raízes descoloridas nos cabelos.
Ao vivo, as
pessoas elegantes são esquálidas. A consagrada Gisele Bündchen, quando esteve
na Amazônia, motivou o pajé a lhe fornecer uma poção revigorante, tal a magreza
e a palidez da modelo, que aos índios pareceu doente e subnutrida.
Já no século 19
o escritor José de Alencar atentava para essa ânsia de beleza e seus
“postiços”. Dizia ele numa crônica de jornal: “Imagine a posição desgraçada de
um homem, que, tendo-se casado, leva para casa uma mulher toda falsificada, e
que de repente, em vez de um corpinho elegante e mimoso, e de um rostinho
encantador, apresenta-lhe o desagradável aspecto de um cabide de vestidos onde
toda a casta de falsificadores pendurou um produto de sua indústria.” Não é de
hoje, portanto, que as preocupações excessivas com a aparência – e os esforços
a todo custo para retocá-la – provocam discussão.
Hoje as mulheres perderam totalmente a noção e
os esteticistas lucram com esse desvario, por isso o estimulam. Não faço aqui
uma apologia à gordura, longe disso! Trata-se de uma aceitação, sem certos
traumas e doloridas ofensas, a uma genética sobre a qual o ser humano tem
pouquíssimo domínio.
O que se vê são
estímulos ambíguos, com a propaganda estimulando o desejo de comer, com magros
e felizes ao lado de refrigerantes e fast-foods e, ao mesmo tempo, prometendo
maravilhas para emagrecer!
Nossa sociedade
é lipófoba, odeia a gordura, e faz sempre uma associação entre felicidade e figuras
esbeltas. No ardor para atingir o padrão das revistas, cresce o número de
pessoas infelizes com a própria imagem (homens também) alimentando o consumo de
produtos e recursos da indústria da beleza. Mais do que uma gordurinha aqui ou
ali, nosso espelho revela angústias profundas de uma sociedade que libertou os
corpos da repressão sexual para aprisioná-los na ditadura estética.
Em
contrapartida, pesquisas mostram que mulheres satisfeitas com a sua aparência
não são as mais magras, mas as que se sentem realizadas em algum aspecto da
vida, como ser mãe ou ter uma carreira.
Paralelamente à
procura desenfreada por cirurgias, preenchimentos, falsidades, vemos se
esvaziar cada vez mais a parte cultural, espiritual, aquela que realmente
deveria ter maior importância. A burrice, a ignorância continuam cada vez mais
aparentes e a leitura – vital para o ser humano inteligente – limitando-se às
redes sociais e aos joguinhos execráveis nos telefones celulares, afastando as
pessoas de seus compromissos primeiros, inclusive, para com sua família.
O recado é: não
acredite em tudo que vê! Persiga bons hábitos de vida e saúde! Pense, nos
momentos em que a beleza falsificada de alguém quiser lhe tripudiar, que todos
nós morreremos e apodreceremos da mesma forma, virando ossos, ou cinzas.
Feliz de quem
deixa um legado que lhe garanta a eternidade!
Tenho certeza
de quem ninguém se sentirá ofendido com este texto, porque, para os adeptos das
cascas postiças sobre o vazio, ficou muito longo e “sem figuras”!
Em tempo:
Aproveitei algumas informações da matéria da jornalista da Zero Hora – Letícia Duarte.
2 comentários:
Com toda a certeza o padrão magra esbelta, predominante entre a maioria das adolescentes .Porém na nossa faixa etária, temos que administrar a nossa qualidade de vida pois a saúde é um dos principais fatores. Exercícios físico com uma alimentação balanceada sem neura, , é o que temos que fazer, gordura não é sinal de saúde, .
Concordo com tudo o que escrevestes e lembrei da modelo que em busca da "perfeição" quase perdeu a vida! Eu busco a saúde, para envelhecer sem dar muito trabalho aos meus! Claro que gostaria de ser mais magra, mas a genética não ajuda e tb não tenho vocação para sofredora! hehehehe
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