Como dizer ao rouxinol para
não cantar? Ou à chuva que não caia? Ou à noite que não chegue?
E
como calar a voz de quem se expressa com letras e só entende o que for escrito?
Tempo
perdido... três dias longe do teclado do computador e parece que as palavras
vão explodir e sair dando loucos
rodopios à deriva, debochando de quem tentou, inutilmente, emudecê-las.
Num hotel
repleto de gente de todas as idades, culturas e classes sociais, confinados
numa área belíssima entre morros, animais, natureza, com todo conforto e
mordomia imagináveis, as discrepâncias saltam aos olhos de quem sabe ver.
Gente
muito pobre não há de ter, uma vez que as diárias são mais salgadas que os deliciosos
aperitivos e churrascos servidos a rodo na beira das piscinas. Agora, já se
sabe que dinheiro não compra diploma, tampouco educação. Conheço gente bem
pobre que teve a riqueza de possuir uma família que lhe deu o melhor de tudo –
educação. Conheço também gente muito rica que não serviria para trabalhar nas cavalariças
da corte inglesa, por exemplo. E como me sinto incomodada com falta de
educação! Aproveitava com os filhos – e hoje com os netos – para lhes mostrar o
modo como nunca deveriam agir!
Imaginem
vocês a maravilha que é dispor de quatro refeições diárias, cada uma mais
caprichada e variada que a outra, além de mil outros petiscos entre elas,
caipirinhas, chopes, caldo de cana, tudo à vontade nos mais variados recantos desta
fazenda-hotel! Pois quem viaja com criança nem precisa se preocupar com comida,
sucos naturais, frutas, sopas, tem tudo dos zero aos cem anos e isso é bom
demais! Aliás, penso que demais mesmo, pois nunca chegamos a sentir fome para
uma refeição! Se um café colonial costuma valer por uma refeição, tal a variedade
de doces, salgados e tudo o mais, aqui ele vem entre um lauto almoço e um
fartíssimo jantar.
Pois
bem, como a comida é livre, saborosa e não é pesada, vocês não imaginam o
sacrilégio que algumas pessoas fazem, superlotando os pratos e deixando cheios,
mal tocados, pelo simples prazer de desperdiçar, ou porque ninguém os ensinou a
só servir o que vai realmente comer e a não deixar restos no prato. Isso a
gente aprende em casa! Nos petiscos à beira da piscina é a mesma coisa, pratos
abarrotados servindo de comida aos insetos, jogados no lixo, mal tocados. Gente
que não dá valor ao que tem, que não pensa nos outros, que só quer sempre levar
vantagem em tudo, Uma lástima!
Um
outro caso, esse menos grave, mas curioso. Meu marido e eu sempre nos consideramos
bons conhecedores de músicas, cantores, orquestras, óperas e congêneres. Pois fizeram
uma brincadeira com os recreacionistas, onde muitas músicas deveriam ser
identificadas aos primeiros acordes e nós dois (que não estávamos participando)
só conseguimos identificar Caetano Veloso, uma vez que os demais eram
pagodeiros, duplas caipiras e roqueiros “ilustremente desconhecidos” para nós.
Sinal dos tempos... será?!
Tirando
essas idiossincrasias, os japoneses continuam pescando peixes enormes, as
crianças vivem na antessala do paraíso, os magros estão mais roliços e corados,
os gordos já podem começar a se desesperar e poucos prazeres se comparam a uma
jacuzzi de água tépida, ao entardecer, no meio da mata, com jatos de
hidromassagem lhe garantindo que você é especial!
Deve
ser muito bom viver num lugar assim! Amanhecer com o canto dos pássaros, as
nuvens roçando os morros verdes e o cheiro do café acompanhando o mugido das vacas.
Nadar, mergulhar, andar a cavalo, de bicicleta, de pedalinho, correr, caminhar,
pescar... Bom, alguns dias num paraíso assim é melhor do que nada.
O jeito
é esquecer-se de tudo e aproveitar! A alma precisa desse refrigério, os
pensamentos devem se ocupar também de coisas mais amenas e precisamos ser um
pouco felizes quando dá!
Um comentário:
É importante ter muita ciência para relacionamento. Um tanto de matemática, boas risadas, dosando humor.No meu casamento de 40 anos, , até agora deu certo,.
Postar um comentário