Não sei por que, nunca tive tempo ou disposição para me
analisar com um profissional e descobrir as causas, o fato é que tenho uma
relação ambígua com o meu aniversário.
Acho o dia 9 de novembro especialíssimo, emblemático, marcado
profundamente no calendário do meu coração; ao mesmo tempo, tenho dificuldade
em festejá-lo, comemorá-lo, compartilhá-lo. Acho que nunca preparei uma festa
de aniversário para mim, coisa que faço para a família toda. No máximo, saímos
para almoçar, ou jantar, apenas os familiares mais chegados e passo o dia (às
vezes as vésperas também) em profundas reflexões, balanços e conclusões.
Puxando um pouco pela memória, lembro que já festejei muito
meu dia quando criança, convidava a turma toda da escola, a rua toda e todos os
professores e me divertia muito!
Quando meu irmão caçula morreu, recordo que disse para mim
mesma: minha família nunca mais será completamente feliz! Deve ser por isso também
que fico assim conflitada...
Com o passar dos anos, novas pessoas vão surgindo em nossa
vida e outras nos vão deixando. É a lei da vida e não temos como nos rebelar,
ou tentar mudá-la. Precisamos nos apegar aos que chegam para suportar a saudade
dos que já foram.
Neste ano completo 62 anos. Para quem pensava que não
chegaria a ver o século XXI está muito bom. Para quem a cigana malvada
predestinou a morte antes dos 21 está melhor ainda.
Preciso festejar, brindar a vida com saúde, brindar o
carinho da mãe, do marido, dos filhos e netos e, sobretudo, agradecer aos Céus
pelo dom de escrever e encantar as pessoas com as palavras que traduzem
pensamentos e sentimentos.
Agradecer pelos tantos amigos, virtuais e reais, aqueles que
não largam nossa mão em nenhum momento, que compartilham nossas ideias, se
solidarizam nos tropeços, festejam as vitórias e compram nossos livros para que
outros possam nascer. Hoje em dia, os amigos que mais valorizo são esses,
porque participam da minha etapa de escritora na caminhada da vida.
Nesse domingo de novembro, diante do mar dos Ingleses, dirijo
a Deus uma prece de agradecimento por ter tão pouco a pedir, tanto a agradecer
e discernimento para não exigir demais da vida e das pessoas. O importante é
valorizar e ser feliz com o que se tem, principalmente com aquilo que o dinheiro
não compra e que não conseguem arrancar de nós.
Estou quase serena e quase feliz no meu dia. Ficar em paz é
uma forma muito doce de ser feliz. Se meu filho menor pudesse estar presente, a
festa do sentimento estaria completa.
Então, Maria Luiza, hoje é teu dia : Tin-tin!
2 comentários:
Tin-tin Maria Luiza!
Olá, querida Maria Luíza
Feliz níver e que vc seja abençoada e feliz!!!
Bjm festivo e ótimo Domingo!
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