Como a Globo passou o filme ontem, resolvi republicar.
Meu sobrenome é Vargas, quase um sinônimo de política portanto.
Eu, todavia, não pratico, tampouco tenho paciência para fazer política partidária,
mesmo reconhecendo a importância dos políticos e seus atos em todos os setores
da nossa vida.
Minha avó sempre dizia que fora a política que matara (do coração) meu avô,
quando ele era prefeito de Alegrete. Eu me tornei um ser pensante durante a
ditadura militar. Dois álibis para minha postura apolítica.
Adoro
cinema. Gosto muito de antropologia. Admiro o trabalho de atriz de Glória
Pires. Razões suficientes para ver o filme da biografia do atual Presidente do
Brasil -"Lula- o filho do Brasil", de Fábio Barreto. Não consegui
companhia para vê-lo no cinema, então peguei na locadora e assisti. Aliás,
parece que no cinema o filme não obteve a audiência esperada, já na locadora
não pára na prateleira. Por que será?
Embora já tivesse lido muitas coisas sobre a vida de Lula, algumas passagens
ainda conseguiram me surpreender. Meu interesse era maior em relação à sua
vida de retirante nordestino; quando começaram os discursos e as reuniões do
sindicato dos metalúrgicos achei chato. Não gosto de discursos, nem em
formatura.
A ligação de Lula com a mãe foi o ponto alto do filme para mim. Ele
chegou a dedicar a ela (in
memoriam) sua
vitória na quarta eleição que participou e que finalmente venceu. Uma relação
de respeito e carinho eternos, coisa cada vez mais rara em nossa sociedade.
A inteligência e liderança de Lula ficaram evidenciadas desde a meninice. De
outra forma, como chegaria a Presidente da República alguém que apanhava para não ir à escola? A
falta dos "esses" no final das palavras no plural são um
massacre para os meus ouvidos de professora de Português, só que a língua presa
é um defeito congênito, mas a falta de concordância se deve à falta de escola e
ambiente familiar adequado.
O filme não me causou nenhum impacto artístico ou humano maior, porque é a vida
de um retirante nordestino e seus percalços, coisa que a literatura já mostrou
bastante. Imagino que a vida de Lula pós-presidência seria bem mais
interessante.
Glória Pires estava perfeita no papel. Os atores que representaram o Lula
também.
O
fato é que aquele brasileirinho que viajou treze dias e treze noites num
pau-de-arara, que perdeu mulher e filho por não ter dinheiro para uma
hospitalização e um parto decentes chegou a presidente de um país, o que, em
última instância, prova que nosso Brasil tem mobilidade social, diferente
de outros países onde ninguém foge à sua casta de origem.
Mais
não comento sobre o filme porque não tenho interesse na parte política ou
sindicalista.
E
cada um que fique com suas convicções, afinal, vivemos num regime democrático!
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