terça-feira, 20 de janeiro de 2015

FORMIGAS ATÔNITAS



           Por diversas vezes citei aqui a necessidade de viajarmos de avião e olharmos pela janelinha. É um choque de insignificância necessário para certos egos.
          O que vemos além das nuvens? Grandes matas, grandes rios, grandes extensões de terra e pequenos redutos de casas e formiguinhas feito carros, caminhões e gentes espremendo-se entre elas. Pois essas somos nós, com nossos “imensos problemas”, um nada diante do que nos cerca.
          Além dessa constatação, tenho refletido sobre outro aspecto: como esses seres minúsculos conseguem prejudicar tanto uma natureza tão majestosa? Será que realmente causamos tanto estrago assim? Mesmo sabendo que a maioria do planeta jamais foi sequer visitada por um ser humano?
           Geralmente, ficamos catatônicos diante da TV, assistindo aos desastres naturais ocorridos em nosso país. Como uma avalanche, um tsunami, a serra carioca praticamente foi varrida do mapa, com toda sua gente, suas belezas, suas riquezas.
           As enchentes no sul, a seca nos reservatórios de água da maior cidade do país e, concomitantemente, alagamentos impensáveis, com carros e gentes boiando em minutos em São Paulo.
             Raios que matam, incendeiam. Granizos que destelham casas, derrubam tudo, ventos que sopram como o Lobo Mau, colocando as casas dos porquinhos abaixo.
          Como sempre acontece nesses casos, atos de bravura, de coragem, de solidariedade multiplicam-se e resgates milagrosos acontecem.
          Quem fica? Quem vai? Quem determina?
          Mais uma vez, diante da arrogância e prepotência de muitos, fica patente que não somos nada, não temos poder algum diante de uma natureza enfurecida e frente à tragédia não passamos de formiguinhas atônitas.
           Essa é a verdade.





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