quarta-feira, 3 de agosto de 2011

TEMPO DE AMAR

           Parece título de romance para meninas moças, é ou não é?
         Todavia, é uma menina quase velha quem faz uso dele e se propõe a desenvolver o tema.
         Hoje não vou me referir ao amor fraterno, materno, paterno, filial, conjugal e todos os congêneres.
         Quero ousar, cutucar o vespeiro, sacudir o marasmo, constranger, indignar, fazer vocês reagirem, concordando ou não comigo.
         O que procuro descobrir é até quando somos capazes de sentir um amor desses de se rasgar, chorar, perder a fome, o sono, o bom senso e tudo o mais.
         Será que existe uma idade limite para o amor paixão?
         Não, não me venham com sermões, é claro que eu sei de todas as benesses do amor calmaria, entretanto, pelo menos por hoje, não é a ele que desejo me referir.
        Preciso descobrir com que idade, finalmente, a razão supera os instintos; a segurança sobrepuja a emoção e nosso sofá e nossa cama passam a ser mais convidativos que a mesa do bar ou a pista de dança. Quando começamos a desdenhar dos fetiches dos motéis alegando higiene duvidosa ou promiscuidade? E por que, em certa etapa da vida, não reparávamos nessas coisas?!
        A partir de que idade o brilho dos nossos olhos se apaga, o coração se aquieta e somem os calafrios?
       Com quantos anos a música deixa de nos maltratar e passa a ser apenas fundo musical?
       Quando começamos a desistir dos prazeres da vida alegando valores éticos, religiosos, morais e falta de tempo? Acaso, em tempos idos, não tínhamos também família, deveres, compromissos?
       É possível transformar uma amor incendiário num amor ternura, amizade, companheirismo? Ou serão para sempre distintos?
       Em que momento o beijo deixou de ser uma viagem espacial e se transformou num simples toque?
      Saudade de um grande amor será igual à saudade de um(a) parceiro(a) na vida?
      Homens mais velhos costumam revitalizar os sentidos apaixonando-se por mulheres bem mais novas.
       Algumas mulheres mais velhas (com fama e/ou dinheiro) também esquentam seus tamborins com homens jovens, musculosos, fortes.
       Por que será tão mais difícil mulheres e homens mais velhos se apaixonarem reciprocamente? Afinal, sendo contemporâneos teriam muito mais assunto, doenças parecidas, rugas, dores musculares.
        Mas não! Eles e elas querem se sujeitar a escandalizar o jovem parceiro com a cara lavada (e amassada) com que acordam de manhã, desde que tenham conseguido recuperar um pouquinho dos arroubos da juventude durante a noite.
        Falando sério. Quando deixamos de sentir paixão? Quando a água começa a ficar morna? Terá remédio? Ou nos habituaremos a viver sem esse tipo de amor?
        Pense. Converse. Discuta. Ou simplesmente consulte honestamente seu coração.
        Se quiser, comente comigo suas conclusões.



8 comentários:

Aldema disse...

Faz já dois anos e meio que Ronald e eu casamos. Eu com 65 anos; ele,67.Uma bela história de amor e de escolhas.Não foi fácil dividir tempo e espaço: metade do ano no meu país; metade, no país dela.Compartilhar casas e viagens -fazer roteiros em conjunto, qdo eu os fazia sozinha.Duas coisas,entretanto, são fantásticas: a ausência de posse e a celebraçao da alegria de estarmos juntos.O livro Enamoramento e Amor descreve a paixão como eu a entendo: passageira!
PS .Maria Luisa, no meu blog, podes encontrar textos que escrevi qdo Ronald e eu decidimos casar.

Depois dos 25... disse...

Nossa, Maria Luiza, que lindo... Convidou eu vim, né? rs

Eu queria muito destacar essa parte:

"Preciso descobrir com que idade, finalmente, a razão supera os instintos; a segurança sobrepuja a emoção e nosso sofá e nossa cama passam a ser mais convidativos que a mesa do bar ou a pista de dança."

Acho que o que acontece é que se você vai dando muita atenção para esse amor româtico dos livros, tudo fica chato. O amor é apenas MAIS uma e apenas mais uma maneira de sentirmos emoção e adrenalina correndo no corpo. Tudo o que é novo traz prazer até mesmo como o sexo. Mas muitas pessoas se rendem à idéia de que só o amor, a beleza e admiração alheia é que trazem o êxtase da vida. Não é assim. Faça algo novo, viaje, ria sem parar com as amigas e verá que o sofá não será mais tão prazeroso. Agora, olhar para um companheiro de anos e esperar tesão louco = frustração. Esperar ir para um bariznho e ser paquerdada = frustração.

Amar a si mesma é o melhor caminho para viver uma vida inteira apaixonada.

Falei muito, né?

Beijos amei o texto

Anônimo disse...

Consegui finalmente acessar teu blog.Tempo de mar ,não dá para fazer comparações pois ,depois de 36 anos de casada,só tenho que dizer que respeito ao seu espaço individualidade,amizade e claro muito amor,naõ existe receita,dá certo ou não.Feliz quem é amada e ama.

Maria Luiza Vargas Ramos disse...

Uau! Eram os comentários que eu esperava! E ainda espero muitos mais!
A amiga que precisou acessar como "anônimo" é só colocar seu nome no final do texto e fica tudo bem. Aldema vou à cata do endereço do teu blog, pois adoro tudo o que escreves.Flavinha, linda e famosa, nossa "Sex in the city tupiniquim", valeu a visita, a opinião tudo!
beijos a vocês!

Analu disse...

Bom é dificil falar sobre relação,pois é tão individual.Para mim,tem que ser afinado o casal pois ,pensamentos diferntes,geralmente se atraem.Tem que ter muita paciencia,amizade e principalmente respeito a individualidade de cada um.Com isto tudo e todos os dias investindo mais na relação,se valher a pena persiste,senão,tira teu time de campo e parte p outra.

Jeanne Geyer disse...

hipoteticamente falando, SE eu tivesse disponibilidade emocional ou tempo para amar, seria alguém mais velho ou no mínimo da minha idade, pois que paixão pra mim não exclui o tesão total que o outro desperta por ser quem é, o que inclui inteligência, cultura, status social sim, mas principalmente que me ame tanto quanto. Não tem idade pra isto tudo.
prazer não é incompatível com as questões morais ou éticas, desde que não magoe ninguém, ao contrário, já temos muita tragédia, impunidade e falta de respeito por aí.
amar e ser feliz não sai de moda e faz bem sempre...
Bom tema, beijos :)

Nadia disse...

Amei como sempre,adoro tudo que escreves!bjinho

Francisco Carlos D'Andrea (francari) disse...

A natureza nos programou, para sobrevivermos como espécie, de uma maneira plena de "armadilhas" recompensadas com prazer e disparadas por hormônios que produzimos. Como tudo tem seu tempo, chega um momento em que a produção de hormônios diminue ou cessa e aí, sem este "gatilho", vai-se o tesão, morre a paixão; é como se a natureza nos informasse que já somos descartáveis para o sucesso da espécie: este é o tempo em que cessa a paixão, sem que tenha sido superada pela razão.
Muito bom o teu texto, motivo para reflexões. Parabéns e abraço do
Francisco Carlos