quarta-feira, 9 de setembro de 2009

TRIBOS

O intuito maior da globalização parece ser o de uniformizar, ou pelo menos padronizar melhor a humanidade. Ledo engano!
Quanto mais sabemos do resto do mundo , mais nos damos conta do quanto somos únicos e diferentes uns dos outros, inclusive dentro da própria família.
Com a TV por assinatura , por exemplo, comprovamos "in loco" a disparidade de experiências, concepções e formas de encarar a vida de cada lugar do planeta.
Nem é preciso viajar tanto, temos vizinhos que lavam cada saquinho de leite vazio e outros que pensam que papel higiênico usado é reciclável.
Mulheres que não saem da frente do espelho, ao passo que outras esquecem de si mesmas tentando ajudar os outros, ou se julgam felizes apenas por serem "normais".
Homens românticos, homens másculos, homens mulherengos, homens charmosos, homens truculentos... e por aí afora.
Tem gente movida a paixão, a flores, a tesão, a dinheiro, a elogio.
Tem bandido que não teve escolha e bandido que teve todas as oportunidades.
Pessoas trabalhadeiras, honestas, simples, morrendo por conta de tornados (que nem existiam por aqui) e outras incendiando ônibus em represália à transferência de bandidos.
Felicidade existe? Ou são momentos felizes... e fugazes na maioria das vezes?
Se, no final das contas, o amor, o frio na barriga, o coração disparado se transforma em amizade, qual a diferença do esposo (a) para os demais amigos? Poder-se-ia casar com qualquer amigo então?
Pessoas cometem loucuras por conta dos vícios, por que será que não há absolvição para os crimes causados por um desfalecimento, uma onda de amor daquelas tipo tsunami mesmo?
Será que flerte ainda existe? Mesmo que tenha outro nome, mas aquele olhar profundo, fixo, colado aos olhos do outro por minutos intermináveis...
Será que o coração ainda dispara quando se dança pela primeira vez com uma paquera ? Nem sei se ainda dançam junto, de rosto colado, mãos úmidas.
Como nos deixamos encapsular nas miudezas da vida e esquecemos de sentir essas sensações?
Que me importa saber como os nova iorquinos, os gregos, os turcos, os russos vivem?
Não posso deixar de prestar atenção em como EU vivo, porque minha vida dificilmente será assistida ou estudada pelo mundo afora e eu não posso desperdiçar meu tempo por aqui apenas aplaudindo os outros , ou conhecendo animais exóticos , ou costumes diferentes.
Não sou egoísta, nem me considero uma ilha, apenas peço licença para me recolher um pouco dentro de mim mesma e me ouvir.
É muito importante!

Um comentário:

Cantinho_dfa_felicidade disse...

Oi Maria, tudo bem? Muito boa a reflexão, cada um de nós é um mundo a parte... e cada um buscando evoluir nos caminhos e experiências da vida. E que nessa caminhada, não deixemos de lado os prazeres e inocências da vida, como vc bem descreveu... a primeira dança, o primeiro beijo... etc. Como tudo tinha um toque mágico, o que na minha opinião vai ficando cada vez mais esquecido... procurando-se mais os prazeres físicos do que os prazeres da alma. Se cuida. Tenha uma excelente semana. Fique com Deus. Beijão no coração